Cabo Verde e República do Congo em eleições
Bissau, 18 Mar 16 (ANG)Os eleitores da República do Congo e de Cabo Verde cumprem amanhã o dia de reflexão, após terminar a campanha eleitoral para as presidenciais de domingo no primeiro daqueles países e para as legislativas no segundo.
Uma missão da União Africana, liderada pelo ex-primeiro-ministro do Djibuti, Dileita Mohamed Dileita e constituída por técnicos da organização e do Instituto para a Democracia Duradoura em África, era aguardada ontem em Brazzaville.
As eleições presidenciais congolesas são observadas apenas pela União Africana e pela Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), após a União Europeia e, de certo modo, a Organização Internacional da Francofonia as terem boicotado.
A União Europeia decidiu que a observação se deve limitar a relatórios sobre a votação feita por diplomatas dos países com Embaixadas em Brazzaville e a Organização Internacional da Francofonia apenas enviou “uma missão para a promoção de um clima apaziguador”.
O Comité de Acompanhamento da Convenção para a Paz e Reconstrução da República do Congo, encarregado de supervisionar as eleições, anunciou quinta-feira que há 362 observadores nacionais em todo o país.
Nestas presidenciais, nas quais participam o Presidente cessante, Denis Sassou Nguesso, tido como favorito, e mais oito candidatos, estão registados 2.124. 651 eleitores, mais 244 mil do que no referendo de 25 de Outubro, que aprovou a nova Constituição que permite ao Presidente cessante concorrer a mais um mandato.
Os candidatos prometeram realizar “profundas reformas” para “mudar a imagem do país e fazê-lo avançar”, “restituir ao Estado as bases sólidas, com instituições democráticas e consensuais dignas” e “sanear a gestão financeira pública e reforçar as capacidades da justiça”.
Além de Denis Sassou Nguesso, concorrem Anguios Nganguia Engambé, Pascal Tsaty Mabiala, Jean-Marie Michel Mokoko, André Okombi Salissa, Guy Brice Parfait Kolélas, Joseph Kignoumbi Kia Mboungou, Michel Mboussi Ngouari e Claudine Munari, a única mulher.
Em Cabo Verde, o PAICV encerrou quinta-feira a campanha eleitoral com um comício em São Vicente, depois da líder do partido, Janira Hopffer Almada, a primeira mulher a concorrer à chefia do Governo cabo-verdiano, ter participado em acções porta a porta nos bairros da Bela Vista e Ribeirinha, arredores da cidade do Mindelo.
PAICV, MpD e UCID, os três maiores partidos cabo-verdianos, apostaram forte nas redes sociais, usadas pela primeira vez de forma ampla na mobilização do eleitorado e na tentativa de passagem de mensagens políticas.
Dos 551 candidatos a deputados, 173 são mulheres, o que corresponde a 31 por cento do total, incluindo efectivos e suplentes.
O PAICV tem a maior representação feminina, 59, correspondente a 34 por cento dos candidatos do partido a deputados .
A mais recente sondagem, realizada pela MGF Research, Instituto de Pesquisas e Sondagens, de 26 a 29 de Fevereiro, atribui ao PAICV, o partido que governa, a vitória nas eleições legislativas, com 30,1 por cento das intenções de voto.
A seguir surgem o MpD, com 27,5, e a UCID, com oito por cento.
O inquérito revela que 32,5 por cento dos eleitores sente-se mais próximo do PAICV e 22,7 do MpD. Do total dos inquiridos, 56 por cento afirmaram que a escolha era definitiva, 33,1 por cento que podem mudar de opinião e sete por cento que não sabe.
Na sondagem, realizada com recurso ao telefone, foram ouvidas 1.064 pessoas residentes em Cabo Verde, com idade igual ou superior a 18 anos. A margem de erro da sondagem é de três por cento.
Em termos de idade dos inquiridos, a faixa entre os 45 e 54 anos representou 18,4 por cento e a dos 25 aos 34 anos, 17,6 por cento.
Os principais candidatos, além de Janira Hopffer Almada, são Ulisses Correia e Silva, do MpD, e António Monteiro, do UCID.
Entre as promessas eleitorais, os partidos têm como denominador comum a criação de mais postos de trabalho, maior crescimento económico, redução de impostos e melhor segurança.
O PAICV, que promete criar entre 15 a 25 mil postos de trabalho por ano, aumentar o salário mínimo e implementar uma segurança interna assente na informação estratégica, elege a Polícia Nacional como “pilar determinante”.
O MpD propõe criar 45 mil postos de trabalho, garantir um crescimento económico na ordem dos 7 por cento ao ano e actualizar anualmente os salários e pensões. Também promete “tolerância zero” à criminalidade urbana e “criar imediatamente” a Polícia Municipal e redes de videovigilância.
A UCID, que se propõe fomentar o auto-emprego, define como prioridades da sua governação a “tolerância” zero para os criminosos e melhorar a celeridade processual.
ANG/JA
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