Países da Sub-Região debatem mecanismos de controlo de exploração de madeiras
Bissau,31 Mar 16(ANG) - Representantes dos governos de seis países da África Ocidental discutem em Bissau os mecanismos de controlo de exploração das "madeiras raras", nomeadamente o Pau de Sangue, utilizado para produzir carvão e exportação em toros.
Na qualidade de anfitrião do encontro de três dias, o ministro da Agricultura guineense, Aníbal Pereira, referiu quarta-feira ser "urgente" a adoção de medidas que possam parar o abate do Pau de Sangue nos países da África Ocidental.
Falando do caso concreto da Guiné-Bissau, Pereira assinalou que em apenas oito meses entre 2012 e 2014 foram abatidos cerca de 60 mil metros cúbicos de madeira no país, com maior incidência para o Pau Sangue.
Aníbal Pereira referiu que a situação se deveu ao "período conturbado marcado pela crise político-militar" que se vivia na Guiné-Bissau, instalado na sequência de um golpe que destituiu as autoridades eleitas, instalando um governo de transição.
O encontro de Bissau, cofinanciado pelos governos guineense e senegalês, junta peritos florestais da Guiné-Bissau, Senegal, Mali, Costa do Marfim, Benim e Togo.
Sempre apontando a situação da Guiné-Bissau, o ministro guineense frisou que a floresta do país "sofreu mais nos últimos dois anos" do que em 20 anos de exploração.
"Segundo dados de que dispomos, de 1992 a 2012 o consumo total de madeira, incluindo a exportação oficial e clandestina, foi estimada em cerca de 2,1 milhões de metros cúbicos, isto é, 105 mil metros cúbicos por ano, enquanto que entre 2012 a 2014 foram exploradas cerca de 60 mil metros cúbicos com incidência em Pau de Sangue", assinalou.
De acordo com o último recenseamento do parque florestal guineense, realizado em 1985, o país dispunha de cerca de dois milhões de hectares de florestas e um potencial de degradação situado entre 30 a 40 mil hectares por ano, afirmou Aníbal Pereira.
Decorridos 31 anos, aquele responsável estima que a superfície florestal esteja reduzida a metade.
O ministro guineense defendeu ser "imprescindível" que o país faça "rapidamente" um novo recenseamento do parque florestal e agrícola.
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