Covid-19/Ibuprofeno pode aumentar
taxa de sobrevivência até 80 por cento
Bissau, 04 jun 20 (ANG)
- Vários médicos afirmaram na quarta-feira que a toma de ibuprofeno pode ser
benéfica no tratamento de quadros graves de coronavírus.
O popular analgésico
pode aumentar em até 80% a taxa de sobrevivência de pacientes gravemente
doentes com o novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da doença da Covid-19, e
reduzir a necessidade de internamento nos cuidados intensivos.
A revelação surge após
terem surgido várias controvérsias sobre o fármaco logo no início da pandemia,
receando-se que o anti-inflamatório pudesse ter implicações graves em
indivíduos com Covid-19.
Oliver Veran, médico e
ministro da saúde francês, sugeriu na altura que o ibuprofeno poderia de facto
agravar as infecções. Tal levou várias entidades de saúde em todo o mundo,
incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a aconselhar, ao invés, a toma
de paracetamol.
Todavia, um estudo
posterior concluiu que afinal o medicamento não piorava de todo o quadro dos
doentes com Covid-19.
E agora uma equipa de
cientistas da Universidade King's College, em Londres, no Reino Unido, está a
iniciar um ensaio clínico com o objectivo de entender se o ibuprofeno pode
afinal acelerar a recuperação de doentes com casos graves de coronavírus e
reduzir os efeitos secundários da infecção.
Os cientistas crêem que
a droga farmacológica poderá diminuir o tempo de internamento hospitalar e a
quantidade de pacientes transferidos para os cuidados intensivos.
Até ao momento
experiências conduzidas em animais apontam que a toma do fármaco tem a
capacidade de aumentar em até 80% a taxa de sobrevivência de doentes com
Covid-19.
O líder do estudo, o
professor Mitul Mehta, disse ao PA: "é extremamente promissor, mas é claro
que ainda se trata apenas de um estudo conduzido em animais, e como tal a nossa
intenção é que os dados apurados também sejam válidos para os seres
humanos".
"Vamos realizar um
ensaio clínico para pacientes com Covid-19 e administrar-lhes o fármaco
anti-inflamatório ibuprofeno, com o intuito de entender se o medicamento irá
amenizar os problemas respiratórios que os estão a afectar".
Mehta salientou que
pessoas que suspeitem estar infectadas com o SARS-CoV-2 ou que já tenham
testado positivo para a patologia não devem jamais realizar experiências em
casa com o medicamento - e sim, seguir as instruções que lhes terão sido
facultadas por médicos ou profissionais de saúde.
O professor sublinhou ainda
que o ensaio clínico será realizado somente com pacientes que já estão
internados em hospitais, e não irá incluir indivíduos com casos ligeiros a
moderados de Covid-19. ANG/Angop
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