terça-feira, 9 de junho de 2020


Política/Presidente da Assembleia Nacional Popular garante que nunca será factor de instabilidade do país

Bissau, 09 Jun 20 (ANG) – O Presidente da Assembleia Nacional (ANP),afirmou  segunda-feira que nunca foi e nem será o factor da instabilidade da Guiné-Bissau.

Cipriano Cassamá que falava após a última reunião com os partidos políticos com assento parlamentar para procurar uma solução governativa, disse não temer uma eventual derrube do parlamento por parte do Presidente da República.

“Qualquer deputado deve estar preparado para dissolução ou não do parlamento, mas se isso acontecer vai iniciar uma verdadeira crise no país”, aconselhou.

Cipriano Cassamá disse que, se o Chefe de Estado avançar com o derrube do parlameto nesse momento, a comunidade internacional não vai reconhecer nenhum Governo sem programa e a crise vai agravar-se ainda mais.

“Seria crucial um entendimento entre os actores políticos para juntos tirarmos o país da situação difícil em que se encontra”, disse acrescentando que por isso compete ao Presidente da República decidir em função  das suas competências constitucionais.

Cassamá frisou que depois da maratona política com os partidos políticos concluiu-se que existe dois blocos no parlamento, sendo o primeiro formado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e seus aliados e o segundo composto pelo Movimento da Alternância Democrática (Madem-G-15), e que cada um reclama possuir a maioria no hemiciclo, tendo lamentado a falta de cedência das partes.

O líder do parlamento salientou que pediu aos líderes dos partidos a colocarem o interesse do país acima dos pessoais, para resgatar a Guiné-Bissau da instabilidade em que se encontra.

“Mais uma vez, a reunião foi inconclusiva e aceitei o desafio do Chefe de Estado porque penso ter uma experiência politica aliada a boa relação para poder fazer pontes entre os partidos”, referiu.

Cipriano Cassamá afirmou que já pediu uma audiência com o Presidente da República provavelmente para quarta-feira, para lhe dar o ponto de situação ou a conclusão das suas reuniões com os líderes políticos.

“O parlamento está na sua sessão normal que são quatro anos e eu jurei que não serei e nunca serei protagonista da instabilidade da Guiné-Bissau”, disse.

Segunda-feira, a saída a audiência com Cipriano Cassamá,o líder da APU-PDGB, Nuno Nabian e o coordenador do MADEM G-15, Braima Camará declararam concordar com a decisão de Cipriano Cassamá de convocar uma sessão plenária para “permitir que se resolva o problema de votação ou não do programa do Governo em exercício, iniciativa que Nabian diz ser um  “passo positivo” na busca de solução.

“Nós estamos confiantes  na nova maioria constituída pelos deputados dos três partidos. O que estamos a pedir é que a sessão seja convocada e ali vamos ter a oportunidade de mostrar essa maioria e criar condições para aprovação do programa do governo no parlamento”,referiu Nabian.

A propósito, Cassamá disse que não agendará o Programa do Governo para ser discutido no parlamento, mas que, contudo o plenário é soberano, adiantando que, ele  não manda nos deputados e a decisão da maioria  é que vence como manda a democracia.

Adiantou que vai continuar os contactos com os líderes dos partidos com assento parlamentar, inclusive indo a casa de cada um.

Disse que  tem a esperança de que  vai ser encontrada uma solução que possa tirar o país e o Povo da situação em que se encontra.

Cassamá apela a  cedência das partes para poder formar um governo inclusivo o que diz o interesse  dos guineenses e em particular do Chefe de Estado. ANG/MSC/ÂC//SG



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