Clima/Guiné-Bissau leva projecto de resiliência em Gabu e Bafatá à COP 27
Bissau, 15 Nov 22 (ANG) - A Guiné-Bissau apresenta na cidade de Sharm el Sheikh, na COP 27, as experiências “bem-sucedidas” no campo da mitigação às alterações climáticas.
A delegação guineense é chefiada pelo Presidente da República, Umaro Sissoko Embaló, que no início da Convenção do Clima marcou presença no Egipto, na condição de "campeão" dos países menos avançados.
A delegação guineense é composta por duas
dezenas de técnicos ligados ao ambiente, entre eles o ministro do Ambiente e Biodiversidade,
Viriato Luís Soares Cassamá.
Em entrevista a RFI, Viriato Soares Cassamá sublinhou que a Guiné-Bissau apresenta
no Egipto acções que têm vindo a ser levadas a cabo no país para mitigar as
consequências das alterações climáticas.
“Tivemos um projecto que foi
implementado entre 2011 e 2017, cujo título é “Projecto de reforço da
resiliência e da capacidade de adaptação dos sectores agrário e hídrico às
alterações climáticas na Guiné-Bissau”, este projecto visa reforçar os dois
grandes sectores, agricultura, florestas e pecuária e o sector dos recursos
hídricos, concretamente na gestão de água. Apesar das vicissitudes das
alterações climáticas, na Guiné-Bissau “ainda chove muito”, todavia “grande
parte da água que cai não é aproveitada. Neste projecto, tivemos uma
experiência de captação e armazenamento das águas pluviais na época das chuvas,
que posteriormente serviram para a agricultura e pecuária na época da estiagem”,disse
Cassamá.
O projecto-piloto foi
concebido para 18 “tabancas” (aldeia) acabou por ser alargado a 200 “tabancas”
e nessa região notou-se uma redução do “tempo de penúria alimentar”.
Este
projecto foi levado a cabo na região de Gabu e acabou por ser alargado a
Bafatá, no leste do país.
Viriato
Soares Cassamá sublinha a importância para os países africanos na discussão da
questão “das perdas e danos” e também do financiamento: "Há um preceito máximo da Convenção
Quadro das Nações Unidas que é o princípio da responsabilidade comum mas
diferenciado. Os países ricos, os países mais desenvolvidos que têm a máxima
responsabilidade no aquecimento global devem assumir os seus compromissos”,
considerou Viriato.
Todavia,
30 anos após a realização da primeira Convenção do Clima, continua a ser mais
fácil a obtenção de financiamento para energias fósseis do que para energias
limpas, e sobre esta situação o ministro guineense do Ambiente e Biodiversidade
apela a “um esforço global” e que seja eleita como prioridade as energias limpas e renováveis,
sem descurar os fósseis, na medida em que tem que existir uma transição
energética sustentável.
A
Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas decorre até dia 18 de
Novembro, em Sharm el-Sheikh, no Egito. ANG/RFI
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