África do Sul/Relatório sobre o escândalo de Cyril Ramaphosa analisado em Dezembro
Bissau, 18 Nov 22 (ANG)
- O relatório sobre a responsabilidade do Presidente sul-africano, Cyril
Ramaphosa, num escândalo que envolveu a descoberta de uma quantidade avultada
de dinheiro numa das suas propriedades de luxo, será examinado em 06 de
Dezembro, anunciou esta quinta-feira o parlamento.
Uma comissão parlamentar
independente foi encarregada, em Setembro, de examinar a responsabilidade do
Presidente Ramaphosa no caso de 2020 e emitir conclusões que poderiam levar a
uma possível votação para a sua destituição.
"A comissão
parlamentar reuniu-se quinta-feira. A data para a apresentação do relatório foi
prorrogada até 30 de Novembro. Foi decidido que a Assembleia Nacional iria
examinar o relatório em 06 de Dezembro", dez dias antes do congresso do
partido histórico no poder, o Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em
inglês), disse à agência AFP o porta-voz parlamentar Moloto Mothapo.
O recesso parlamentar,
que deveria ter começado em 01 de Dezembro, foi adiado para considerar o
relatório.
O ANC deverá reunir-se a
partir de 16 de Dezembro para decidir se vai investir Ramaphosa como candidato
para um segundo mandato nas eleições presidenciais de 2024, reelegendo-o como
presidente do partido.
Sucessor de Jacob Zuma,
forçado a renunciar em 2018 após uma série de escândalos, é esperado do actual
Presidente que esteja na linha de frente do combate à corrupção que jurou
erradicar.
Segundo uma queixa
apresentada em Junho pelo antigo chefe dos serviços secretos sul-africanos,
Arthur Fraser, os assaltantes invadiram uma quinta pertencente ao Presidente em
Phala Phala, no nordeste do país, em Fevereiro de 2020, onde encontraram cerca
de 04 milhões de dólares em dinheiro.
Cyril Ramaphosa é
acusado de esconder o roubo à polícia e o dinheiro das autoridades fiscais, de
organizar o rapto e interrogatório dos ladrões, e de os subornar para se
manterem calados.
Confrontado várias vezes
sobre o assunto durante sessões acaloradas na Assembleia, o Presidente negou
estas acusações, questionando os montantes mencionados e mantendo que o
dinheiro encontrado provinha efectivamente da venda de gado. Denunciou também
os objectivos políticos dos seus opositores.
Na África do Sul, a
destituição do chefe de Estado está sujeita a uma maioria de dois terços de
votos na Assembleia Nacional. O ANC, liderado por Cyril Ramaphosa, detém mais
de dois terços dos lugares.
Ramaphosa, de 69 anos,
procura renovar o mandato no ANC, em Dezembro, e se não vencer essa eleição
interna, deverá ter de sair da presidência, seguindo o que aconteceu com Jacob
Zuma e Thabo Mbeki, que perderam a confiança do partido e acabaram por resignar
ao cargo. ANG/Angop
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