COP
27/ Lula da Silva
oferece “o Brasil para sediar COP 30 em
2025”
Bissau, 17 Nov 22 (ANG) - Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito
do Brasil discursou ,quarta-feira,na COP 27 que decorre em Sharm el Sheikh,
Egipto.
Lula agradeceu a oportunidade para marcar
presença “no berço da civilização”, mostrou-se honrado com o convite que
diz ter sido “dirigido ao seu país": “é o reconhecimento de que o mundo
tem pressa de ver o Brasil participando novamente nas discussões sobre o futuro
do planeta e de todos os seres que nele habitam.”
O presidente eleito do Brasil criticou os
milhões gastos em guerras, alertou para as múltiplas crises actuais que afectam
o planeta, com as crescentes tensões geopolíticas ou o risco da guerra nuclear,
além da crise energética e alimentar e o aumento das desigualdades.
Todos os dias, em todo o mundo, “900
milhões de pessoas não têm o que comer”, sublinhou e acrescentou que a
humanidade vive “tempos difíceis. Mas foi nos tempos difíceis e de crise que
a humanidade sempre encontrou forças para enfrentar e superar desafios.”
O chefe de estado eleito do Brasil diz que chegou o momento dos “acordos já finalizados saírem do
papel.”
“Estou hoje
aqui para dizer que o Brasil está pronto para se juntar novamente aos esforços
para a construção de um planeta mais saudável, de um mundo mais justo, capaz de
acolher com dignidade a totalidade de todos os habitantes, e não apenas uma
minoria privilegiada. O Brasil acaba de passar por uma das eleições mais
decisivas de sua história, uma eleição observada com atenção inédita pelos
demais países. Primeiro porque ela poderia ajudar a conter o avanço da
extrema-direita autoritária e antidemocrática e do negacionismo climático no
mundo. E, também, porque no resultado da eleição no Brasil dependia não apenas
a paz e o bem-estar do povo brasileiro, mas também a sobrevivência da Amazónia
e portanto a sobrevivência do nosso planeta.”
No púlpito da Cimeira do Clima, Lula da Silva ressalvou que “o mundo de hoje não é o mesmo de 1945.
É preciso incluir mais países no Conselho de Segurança da ONU e acabar com o
privilégio do veto, hoje restrito a alguns poucos, para a efectiva promoção do
equilíbrio e da paz.”
O Presidente eleito enfatizou que “ninguém está a salvo” e deu exemplo das
consequências das alterações climáticos nas diversas partes do mundo, lembrando
que o Brasil viveu em “2021
a maior seca em 90 anos. (...) Apesar de ser o continente com a menor taxa de
emissão de gases do efeito estufa do planeta, África também vem sofrendo
eventos climáticos extremos. Enchentes e secas no Chade, Nigéria, Madagáscar e
parte da Somália. Elevação do nível [da água] dos mares, que num futuro próximo
será catastrófica para as dezenas de milhões de egípcios que vivem no Delta do
rio Nilo. Repito: ninguém está a salvo. A emergência climática afecta a todos,
embora seus efeitos recaiam com maior intensidade sobre os mais vulneráveis.”
Em Sharm el Sheikh, Lula ofereceu ainda “o Brasil para sediar a COP 30, em
2025.”
ANG/RFI
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