Guiné-Equatorial/Teodoro
Obiang candidata-se a um sexto mandato "que pode não terminar"
Bissau, 21 Nov 22 (ANG) - Cerca de 500 mil equato-guineenses foram,
no domingo, às urnas exercer o seu
direito de voto nas eleições presidenciais, legislativas e
municipais.
Teodoro Obiang candidatou-se a um sexto mandato de sete anos, no entanto várias vozes da sociedade civil consideram que o actual chefe de Estado não irá terminar o mandato.
A concorrer contra
Teodore Obiang, líder do PDGE, nesta eleição estão dois candidatos: Andrès
Esono Ondo, Presidente do partido da oposição Convergência para a Democracia
Social (CPDS) e Buenaventura Monsuy Asulu, líder do Partido da
Coligação Social Democrática.
Gabriel Nsé Obiang,
líder dos Cidadãos pela Inovação (CI), e único candidato tido como capaz de "destronar" o actual
Presidente, foi preso em Setembro, em Malabo, por alegadamente se ter
recusado a comparecer a uma reunião do Ministério Público.
Face a este cenário
político, vários analistas apontam a vitória de Teodoro Obiang como quase certa
e denunciam uma estratégia do chefe de Estado cessante de manter o poder na sua
família.
Segundo a agência de
notícias Lusa, que ouviu várias vozes de organizações da sociedade civil
equato-guineense, o atual chefe de
Estado não ira cumprir a totalidade do mandato e, deverá passar o testemunho ao
filho, Teodoro Nguema Obiang Mangue, actual vice-presidente do país.
No poder desde 1979, o regime de Obiang
é regularmente acusado de corrupção e muitas ONGs internacionais denunciam a
repressão de toda a oposição e de desrespeito dos direitos humanos.
De acordo com as
Nações Unidas, neste país que é o terceiro maior exportador de petróleo, menos
de metade da população tem acesso a água potável e 20% das crianças morre antes
de completar 5 anos.
As eleições
presidenciais foram antecipadas de Abril para Novembro, conforme avançou o
chefe de Estado no passado mês de Setembro. Teodoro Obiang utilizou a
"actual crise económica global multifacetada" como justificação para
a realização de eleições antecipadas, uma vez que, segundo defendeu, existe a
necessidade de poupar recursos.
A CORED, coligação
que reúne 20 partidos e associações da oposição na diáspora, denunciou que está
em curso no país "um golpe de Estado" e que as eleições são
"anticonstitucionais". A
Constituição equato-guineense exclui a realização simultânea das presidenciais
com outros plebiscitos.
As últimas presidenciais,
realizadas em 2016, foram
pautadas por vários escândalos, entre eles acusações de fraúde por parte
da oposição e da comunidade internacional. ANG/RFI
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