Angola/Nova
mini-cimeira sobre RDC inicia em Luanda
Bissau, 23 Nov 22 (ANG)
- Uma nova mini-cimeira regional iniciou-se esta quarta-feira, em Luanda, para
adoptar um Plano de Acção para a paz na República Democrática do Congo
(RDC) e a normalização das relações deste país com o Rwanda.
Estão presentes na
reunião os chefes de Estado (ou seus representantes) de Angola, João Lourenço;
do Burundi, Évariste Ndayishimiye; da RDC, Antoine Tshisékédi; o ministro dos
Negócios Estrangeiros do Rwanda, Vincent Biruta, bem como o antigo presidente
queniano, Uhuru Kenyatta.
Este último participa
nos trabalhos na qualidade de facilitador da paz para o leste da RDC designado
pela Comunidade dos Estados da África Oriental (EAC).
O encontro foi convocado
pelo Presidente João Lourenço, na sua qualidade de medianeiro da União
Africana (UA), para procurar as vias de resolução da crise prevalecente
na fronteira entre a RDC e o Rwanda, desde o ressurgimento da rebelião do
Movimento de 23 de Março (M23), no leste congolês.
Da agenda da reunião
consta a adopção de um Plano de Acção Conjunto (PAC) para a Resolução do
Diferendo na Região Leste da RDC e a normalização das relações político-diplomáticas
entre os dois países vizinhos da região dos Grandes Lagos.
Antes da apresentação e
adopção do projecto de Plano de Acção Conjunto, proposto pela mediação
angolana, os participantes vão ser informados sobre a evolução dos processos de
Luanda e de Nairobi, liderados, respectivamente, por João Lourenço pela UA e
por Kenyatta pela EAC.
Os dois processos
(Luanda e Nairobi) têm reconhecimento regional e do Conselho de Segurança da
ONU como sendo de essência político-diplomática e político-militar,
respectivamente, devendo ser implementados paralelamente em regime de
complementaridade com o objectivo único de resolver o conflito na fronteira
comum entre a RDC e o Rwanda.
O Plano de Acção a ser
aprovado na reunião inscreve-se no âmbito do Processo de Luanda e foi proposto
como uma adaptação do já existente Roteiro de Paz de Luanda.
Enquanto isso, o
Processo de Nairobi consubstancia-se na organização de negociações directas, na
capital queniana, entre representantes do Governo congolês e de dezenas de
grupos armados com vista ao seu desarmamento e pacificação do país.
Ainda no quadro do
Processo de Nairobi, está em curso o desdobramento de uma força regional da
África Oriental criada em Junho passado, durante uma cimeira de chefes de
Estado e de Governo da EAC.
Os primeiros
contingentes presentes no terreno são provenientes do Burundi e do
Quénia, desdobrados respectivamente no Kivu-Sul e no Kivu-Norte, duas
províncias do leste congolês.
A mediação angolana
decidiu recentemente propor alterações ao Roteiro de Luanda para o adaptar à
nova realidade surgida no terreno, com a intensificação dos confrontos
militares, na região do Kivu-Norte, leste da RDC.
Os últimos relatos no
terreno apontam para uma progressão do M23 em direcção a Goma, capital provincial
do Kivu-Norte, depois de violentos confrontos com unidades das Forças Armadas
da RDC (FARDC) e a tomada de novas localidades pelos rebeldes.
Os confrontos já terão
feito vários mortos e feridos entre os civis, bem como centenas de milhares de
deslocados e refugiados no vizinho Uganda, no meio de uma grave situação
humanitária.ANG/Angop
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