quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Política/"PRS decide abandonar Acordo de Incidência Parlamentar, talvez porque está a pensar numa nova aliança”, diz analista Diamantino Lopes

Bissau, 17 Nov 22 (ANG) - O analista político Diamantino Domingos Lopes disse que o  Partido da Renovação Social (PRS) decidiu abandonar o Acordo de Incidência Parlamentar firmado com o Madem G-15 e APU-PDGB,neste momento,  “talvez  porque está a pensar numa nova aliança”.

“Vendo o atual contexto político dá para perceber que já não há aquela química política entre atual regime e a direção dos renovadores, ouvindo algumas comunicações públicas e posicionamento do próprio presidente em exercício do PRS”, sustentou o analista político, em entrevista à ANG sobre o anúncio do abandono do Acordo de Incidência Parlamentar feito recentemente por Fernando Dias, num comício em Encheia, Norte da Guiné-Bissau.

Diamantino Lopes disse ser  uma decisão contextual e que, analisando o contexto atual, dá para perceber que as relações do PRS com partidos que agora estão no Governo, oficialmente, não são boas, apesar de os renovadores terem ainda alguns dos seus dirigentes no actual Executivo.  

"Partimos do princípio de que não é uma decisão do próprio partido, é  uma decisão individual, porque o Presidente da República dissera que este Governo não é dos partidos políticos, mas  sim de iniciativa presidencial e que convidou quem achar conveniente para o integrar”, sublinhou.

Diamantino Lopes referiu que  o Presidente em exercício do PRS e algumas figuras da sua formação política recusaram tomar posse, alegando haver violação de certos acordos evidenciadas com  mundança de pastas, mas que, em consequência, outros dirigentes do mesmo partido, a titulo indivídual, aceitaram preencher as vagas dos que não tomaram posse. “A partir daquele momento, oficialmente, o PRS não está no Governo”, disse.

Lopes sublinhou que esta decisão  não parece ter grandes repercursões, apesar de o PRS ser um partido muito importante no xadrez político guineense.

Acrescenta  que as repercursões seriam sentidas se  os dirigentes  dos renovadores que estão no Governo tivessem decidido abandonar o barco,  casos da ministra da Educação Nacional, do ministro da  Energia e Recursos naturais, do ministro das Pescas e outros.

Considerou o momento político interessante e diz que o dicurso do Presidente em exercício do PRS faz todo o sentido, apesar de ter uma certa carga de incoerência para quem quer analisar o contexto.

Aquele analista político salientou que os renovadores estão, há muitos anos, neste processo e que essa decisão valeria para o país, uma vez que é necessário vozes que alertam sobre problemas que acontecem no país, independentemente de estar ou não dentro da  estrutura governamental.

"Podemos dizer que ele  está fora da estrutura neste momento por isso está a reclamar. Contudo, essa reclamação é uma mais valia, porque constitui um grito de socorro em que se referiu a  muitas situações nomeadamente  do tráfico de drogas, da  corrupção, do suposto golpe de Estado de 01 de Fevereiro entre outras denúncias.

Para Dianantino Lopes, dizer que o PRS não é também responsável pelo o que está a passar é muita “incoerência” da parte do seu Presidente em exercício, “porque estão lá desde o momento em que Presidente da República derrubou o Governo de Aristides Gomes”.

“Fernando Dias devia ter a humbriedade de assumir a sua participação e reconhecer os erros cometidos para depois posicionar doutra forma”, disse o analista Diamantino Lopes. ANG/MI/ÂC//SG

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