Cultura/ Super Mama Djombo celebra 50 anos com lançamento de novas músicas e realização de dois espetáculos
Bissau, 13 dez 22
(ANG) – O chefe da orquestra Super Mama
Djombo,Adriano Ferreira(Atchutchi) anunciou para breve a apresentação de novas músicas ao
público e realização de dois espetáculos no âmbito das celebrações dos 50 anos
da fundação do agrupamento musical guineense.
Disse que no âmbito dessas celebrações foram
programadas várias actividades, entre as quais a realização
de uma palestra no passado dia 26 de Novembro, na Universidade lusófona,
que considerou de positivo, por ter
permitido os académicos e científicos opinarem sobre o impacto ao nível interno
e externo das músicas do Mama Djombo .
Disse que, para além
dos sons em crioulo para dança, as
músicas do Mama Djombo também alertam a sociedade sobre aquilo que deve ser o comportamento
dos atores sociais e dos governantes.
Nesta entrevista
concedida à ANG alusivo aos 50 anos do grupo, Adriano Ferreira informou que vai
ser realizado no decurso desta semana um
workshop sobre a vida e obra dos elementos que compõe o grupo, a forma como integraram
e desenvolveram os seus trabalhos entre outros assuntos a serem abordados.
Segundo Atchutchi, as
comemorações vão terminar com a realização de um “grande” concerto, no primeiro
trimestre do próximo ano ou seja em 2023.
Mas antes, para satisfazer
ao publico, com a presença de elementos
do Orquestra que vieram da Europa, nomeadamente João Mota, Armando, Miguelinho, entre outros,
vai ser realizado um concerto, no próximo domingo, dia 18 , no espaço
“Gorrilo”, na Avenida Pansau Na Isna, no Coqueiro, em Bissau.
Para além disso, de
acordo com Adriano Ferreira, está prevista para o próximo ano, a realização de uma exposição fotográfica ,
seguida de concertos em vários países, nomeadamente, Cabo Verde, Portugal,
Senegal, Holanda, França, Alemanha e Suécia.
Instado a falar sobre
como surgiu o nome do grupo Mama Djombo, disse que o nome é da autoria de um
dos membros fundador Jorge Medina.
“O nome de Mama
Djombo, veio da região de Cacheu,da tabanca de Cobiana. ali existe um “irã” que
se chama Mama Djombo, associou-se ao nome
da Cobiana Djaz, uma orquestra que teve um papel muito importante na luta de
libertação nacional com o deste irã para dar o nome ao grupo”, salientou.
Referindo-se a manutenção do estilo músical do grupo até esta
parte, disse que enquanto continuar vivo
os elementos que fazem parte da espinha dorsal de Mama Djombo, “vai se manter
os ideais dos primeiros tempos, que passam pela
afirmação de um povo e luta por um futuro melhor, porque as mudanças
acabam por descaraterizar”.
“O grupo tem um
passado histórico, em termos de composição
e de letras, então este passado
deve ser preservado. Pois, através da música critica o que está mal e diz como
corrigir, glorificando as pessoas que contribuíram para o bem do país e vai ser sempre assim”, afirmou o compositor
guineense Adriano Ferreira.
Perguntado se o grupo
continua a beneficiar de apoios das autoridades nacionais tal como no passado Atchutchy disse que, de fato, os melhores
momentos da orquestra e da cultura
guineense ocorreram com liderança de Luís Cabral.
“Na época de Luís
Cabral a cultura guineense estava em alto, porque a postura cultural de governantes
conta e espelha o país”, reconheceu.
Atchutchy criticou o
fato de atualmente a cultura estar a ser
usada mais para benefícios políticos em detrimento do engrandecimento do país e o desenvolvimento socio-económico. ANG/LPG/ÂC//SG
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