quinta-feira, 6 de junho de 2013

“Contratos com Bauxite-Angola eram afronta para os guineenses”, diz o Porta-Voz do Governo de Transição

Bissau, 06 Jun.13 (ANG) – Os contratos rubricados pelo anterior executivo de Carlos Gomes Júnior com a empresa Bauxite-Angola eram uma afronta e insulto para qualquer guineense.

A afirmação é do Porta-Voz do Governo de Transição, Fernando Vaz, quando fazia hoje á Agência de Notícias da Guiné (ANG), o balanço de um ano da governação.

Vaz revelou que, contratos em que o Estado da Guiné-Bissau dava 90 por cento do seu recurso natural ao estrangeiro e ficava com apenas 10 por cento, mais parecia que os referidos recursos não estavam geograficamente situados no país ou seja estavam noutros países.

“Nós invertemos essa situação, revogamos todos os contratos para que o interesse nacional fosse salvaguardado ou seja o interesse desse povo e país, e não interesses pessoais como Carlos Gomes Júnior fez ao assinar e fazer assunção dos referidos contratos”, salientou.

Aquele responsável disse que o Governo de Transição está empenhado em fazer a feitura daquilo que é o elemento básico das populações que é a água. Adiantou que, no ano em curso, perspectivam lançar quase 200 furos de água e já tinham feitos cerca de 400 outros em diversas localidades do país.

No que se refere a campanha de comercialização do caju, o Porta-Voz do Governo de Transição sublinhou que estão a viver numa conjuntura em que o preço do caju baixou imenso no mercado internacional e que isso está a reflectir-se no país.

“Tomamos as medidas marginais, naquilo que é normal, ao isentarmos o pagamento do Fundo de Promoção e Comercialização (FUNPI). Inclusive devolvemos dinheiro aos comerciantes que tinham pagado a sua contribuição para que o empresariado guineense tivesse capacidade de enfrentar a campanha”, afirmou.

O governante frisou que, como essa medida não surtiu efeitos, tinham que tomar outras decisões que se traduziram na retirada de 40 francos nas taxas do FUNPI, restando apenas 10 francos, com vista a viabilizar e dar mão aos operadores económicos e os produtores da castanha de caju.

Em relação ao sector das pescas, Fernando Vaz disse que a União Europeia tem um contrato com a Guiné-Bissau e que, no seu entender, é negativo para o país.

“Um contrato que a União Europeia paga cerca de 18 milhões de euros por ano e pesca com 70, 80, 90 e mais de 100 barcos.

A União Europeia paga 18 milhões de euros por ano e cada barco vem pagar cinco milhões de francos CFA de licença de pesca de seis meses, isso não é justo”, criticou.

Revelou que, a União Europeia decidiu unilateralmente suspender o acordo que tinha com a Guiné-Bissau e considerou que o que é fundamental fazer, o mais rápido possível no sector das pescas, é reforçar a fiscalização da zona económica exclusiva do país.

“Neste momento não temos capacidade para fiscalizar nada. Mas mesmo assim, com pequenos barquinhos e boa vontade da Fiscap e dos nossos militares, temos apreendido alguns barcos, nomeadamente coreanos, chineses e recentemente duas embarcações espanholas”, informou Vaz em entrevista a ANG.

ANG/ÂC



   






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