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Pescas: “Guiné-Bissau perde anualmente cerca de 100 milhões de Euros”, diz João Cá

Bissau, 04 Jun. 13 (ANG) – O presidente do Sindicato Nacional dos Marinheiros, João Cá afirmou hoje que a Guiné-Bissau perde anualmente em peixes que são devolvidos ao mar pelas embarcações autorizadas a operar nas suas águas um valor correspondente a cerca de cem milhões de euros.

 Em declarações à imprensa, João Cá sugere as autoridades de Bissau para pedirem as referidas embarcações para passarem a entregar essas capturas não desejadas ao governo guineense, a fim de fazer face as necessidades do mercado interno.

“A venda dessas capturas rende mais que as compensações anuais, (de apenas sete milhões de euros) que a União Europeia paga as autoridades de Bissau”, disse.

João Cá denunciou que actualmente a zona exclusiva guineense se encontra a descoberto, havendo cerca de cem navios a pescar sem licença.

“Existe um saco azul no Ministério das Pescas que é dado ao ministro para assinar acordos. Só o dinheiro proveniente das receitas das pescas pode cobrir toda a despesa do estado, e não haverá mais greve na Função Pública”, referiu.

O presidente do SINEMAR denunciou ainda que há embarcações que têm uma rede de informadores que alertam aos armadores sobre os planos de fiscalização no alto mar, da guarda-costeira.

“Quando a marinha não esta a fiscalizar aproveitam-se para pescar inclusive nas zonas proibidas. Em cada lance de 15 minutos sai cerca de 500 quilogramas de camarão”, afirmou João Cá que alerta aos colegas marinheiros para o perigo de embarcar sem ter em mãos um contrato e seguro de vida. “Quem o fizer corre sérios riscos de vida”, adverte.

Com cerca de sete mil associados o SINEMAR está a concluir um projecto de reconversão de marinheiros industriais a marinheiros artesanais. O projecto contempla a aquisição de seis canoas, devendo empregar nove marinheiros.

A iniciativa, segundo João Cá, visa diminuir a aglomeração de marinheiros procurando o embarque, na Pesca Industrial.

ANG/JD