Representante
da União Europeia lamenta eventual brecha de segurança no Aeroporto de Bissau
Bissau,22
Jul 16 (ANG) - O representante da União Europeia na Guiné-Bissau, Vítor Madeira
dos Santos, considerou quinta-feira de "preocupante" a eventual
"brecha" de segurança no aeroporto de Bissau, com a entrada no país
de uma comitiva sem controlo das autoridades, na última semana.
"Acho
muito preocupante: se se verificar que isto aconteceu, é uma brecha importante
na segurança aeroportuária do país, o que não é tolerável", disse à Lusa
Vítor Madeira dos Santos.
A
comunidade internacional "já tem alertado que a falta de autoridade neste
país pode permitir a entrada de elementos terroristas", referiu.
"Não
quer dizer que seja o caso. Mas abre-se um precedente", acrescentou Vítor
Madeira dos Santos, para quem o verdadeiro problema não é "saber quem terá
chegado ou o que trouxe" neste caso em concreto, mas sim os riscos
relativos à falta de procedimentos de segurança.
"Ninguém,
seja quem for ou qualquer que seja a justificação, pode passar sem o controlo
das autoridades", ou seja, serviços de emigração e fronteiras, alfândegas
ou Guarda Nacional, sublinhou o diplomata.
"Há
uma queixa pública e dada a repercussão do assunto é necessário que as
autoridades expliquem o que se passou", concluiu.
O
ex-primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, denunciou no sábado a aterragem
do que classificou como "avião fantasma" no aeroporto de Bissau.
"Queremos
explicações sobre a real proveniência e carga do avião fantasma que
recentemente visitou o nosso país, tendo sido recebido pelo chefe da Casa Civil
da Presidência [da República] ", detalhou num documento distribuído pelo
partido que lidera, o PAIGC, aos jornalistas numa conferência de imprensa.
Fonte
ligada aos serviços de segurança disse hoje à Lusa que o avião em causa aterrou
em Bissau na segunda-feira, dia 11 de julho, sete minutos antes do meio-dia e
que os seus ocupantes foram recebidos no salão VIP do aeroporto, entre outros,
por pessoal da Presidência da República.
Segundo
a mesma fonte, terão sido os serviços da Presidência a indicar que já havia
sido dado conhecimento da visita a um nível superior, dispensando a comitiva e
respetiva bagagem, trazida em mão, de procedimentos de controlo.
A
comitiva chegou e partiu de Bissau, cerca de hora e meia mais tarde, num avião
Airbus 319-111 de uma companhia privada da Arábia Saudita que aluga aeronaves,
concluiu.
Tanto
o Presidente da República, José Mário Vaz, como o primeiro-ministro, Baciro
Djá, encontravam-se fora da Guiné-Bissau naquele dia.
Contactados
pela agência Lusa, tantos os serviços de estrangeiros e fronteiras como a
Presidência da República recusaram-se até agora a comentar o assunto.
A
última vez que a UE se mostrou preocupada com a segurança no aeroporto
internacional da Guiné-Bissau foi em dezembro de 2013.
Na
altura, o alerta foi feito depois de a tripulação de um voo da companhia área
portuguesa TAP ter sido foi coagida pelas autoridades de transição guineenses a
transportar 74 passageiros ilegais, alegadamente sírios, para Lisboa.
Catherine
Ashton, Alta Representante da UE à data, pediu à Guiné-Bissau para
"cumprir plenamente as suas obrigações jurídicas internacionais e
nacionais" com "medidas adequadas para evitar qualquer repetição
deste tipo de incidentes".
ANG-Lusa
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