São Tomé e Príncipe/Presidente da República reforça apelo de ajuda à comunidade
internacional
Bissau, 01 jun 20 (ANG) -
O presidente são-tomense reforçou o pedido de ajuda aos parceiros
internacionais no combate à Covid-19, justificando que é para "não morrer
muito mais gente por falta de condições técnicas, económicas e financeiras,
durante e pós pandemia".
"Gostaria de
agradecer à Organização Mundial da Saúde (OMS) e ao sistema das Nações Unidas
que têm apoiado o nosso país nessa pandemia e reforçar o pedido de ajuda aos
parceiros bilaterais e multilaterais para que não venham a morrer muito mais
pessoas por falta de condições técnicas, económicas e financeiras, durante e
pós pandemia", disse no domingo Evaristo Carvalho em mensagem a nação.
Informações divulgadas
pelo ministério da Saúde indicam que o país acumulou até sábado 479 infecções e
12 óbitos, incluindo sete pacientes internados no hospital de campanha e quatro
outras pessoas internadas no serviço sintomático respiratório.
O presidente são-tomense
decreta esta segunda-feira a prorrogação, pela quinta vez, do estado de
emergência, até 15 de Junho, justificando o facto com "o número assustador
de casos positivos em crescimento diário no país e a explicação pouco
convincente".
Em mensagem ao país,
Evaristo Carvalho reconheceu que há já "75 dias que o país se encontra
praticamente parado devido à Covid-19", defendendo, no entanto, que há uma
"fragilidade organizativa" dos serviços de saúde.
O chefe de Estado
são-tomense refere que há "sinais de melhoria de capacidade técnica em
meios humanos, material e equipamentos", reconhecendo, contudo, a
"necessidade absoluta de tempo para aferição de equipamentos e início de
trabalho consistente de vigilância, avaliação, programação e testagem
massiva".
Para Evaristo Carvalho,
o nível actual de infecção por Covid-19 no país reclama a "urgência na
determinação das situações epidemiológicas e de contágio a todos os níveis,
local, distrital, regional e territorial".
Na mensagem ao país, que
antecede o decreto presidencial a anunciar a prorrogação do estado de
emergência, cujo último dia terminaria hoje, Evaristo Carvalho disse ter a
convicção de que essa acções "resultarão em melhor conhecimento da
situação sanitária do país".
O governante renovou o
apelo à população para "uma melhor compreensão, adesão e respeito de cada
um e de todos" pelo cumprimento das medidas de emergência impostas pelas
autoridades sanitárias e de segurança pública.
"As regras de
prevenção e de combate ao novo coronavírus valem para todos e sem
excepção", explicou Evaristo Carvalho.
Chegou hoje a São Tomé e
Príncipe uma equipa de 12 especialistas chineses no combate à Covid-19, no
âmbito do acordo bilateral entre São Tomé e China e outros contratados pela
OMS.
"Nós queremos
mostrar a nossa solidariedade com o povo de São Tomé e Príncipe", disse o
embaixador chinês Wang Wei sublinhando que a deslocação dessa equipa de médicos
especialistas chineses "responde a uma solicitação das autoridades"
são-tomenses.
A ministra dos Negócios
Estrangeiros, Cooperação e Comunidades, que se deslocou ao aeroporto para
receber os médicos chineses, garantiu que "a pandemia está numa fase
crescente", considerando que essa missão chinesa é composta de técnicos
que "mais fazem falta".
Entre os 12 médicos
chineses estão especialistas em epidemiologia, infecciologistas,
pneumologistas, intensivistas, enfermeiras, e técnicos de análises e
diagnóstico.
"Pensamos que a
partir de agora temos um quadro de técnicos nacionais e estrangeiros para
formular uma nova forma de actuar face à pandemia que assola o nosso
país", disse Elsa Pinto.
Em África, há 4.179
mortos confirmados em mais de 145 mil infectados em 54 países, segundo as
estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países
africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné Equatorial lidera em
número de infecções (1.306 casos e 12 mortos), seguida da Guiné-Bissau (1.256
casos e oito mortos), Cabo Verde (435 casos e quatro mortes), São Tomé e
Príncipe (479 casos e 12 mortos), Moçambique (254 casos e dois mortos) e Angola
(86 infectados e quatro mortos).
O país lusófono mais
afectado pela pandemia é o Brasil, com 27.878 mortos e mais de 465 mil
contaminados, sendo o segundo do mundo em número de infecções, atrás dos
Estados Unidos (1,7 milhões) e à frente da Rússia (mais de 405 mil). ANG/Angop
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