Covid-19/OMS pede
moratória sobre doses de reforço das vacinas
Bissau, 05 Ago 21(ANG) – O director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu quarta-feira uma moratória sobre as doses de reforço das vacinas contra a covid-19 para que os países pobres possam imunizar a sua população.
“Necessitamos
urgentemente de mudar as coisas: [passar] de uma maioria de vacinas para os
países ricos para uma maioria [de vacinas] para os países pobres”, afirmou
Tedros Adhanom Ghebreyesus, acrescentando que a moratória deve durar “pelo
menos até ao fim de Setembro”.
Tedros
Adhanom Ghebreyesus falava na habitual videoconferência de imprensa da OMS
sobre a evolução da pandemia da covid-19, transmitida da sede da organização,
em Genebra, na Suíça.
O
médico etíope tem frequentemente alertado para a falta de equidade na
distribuição e administração de vacinas contra a covid-19, prejudicando os
países mais pobres, sobretudo africanos. Nos países pobres 1,5 pessoas em cada
100 receberam uma dose de uma vacina, enquanto nos países ricos foram 100 em
cada 100.
Ao
pedir uma moratória, o dirigente da OMS reagia ao facto de Israel ter iniciado
recentemente a administração de uma terceira dose da vacina Pfizer/BioNTech a
pessoas com mais de 60 anos, para travar as infecções com a variante Delta do
novo coronavírus, mais contagiosa.
A
Alemanha anunciou que vai dar uma terceira dose de reforço a idosos e outras
pessoas mais vulneráveis a partir de 01 de Setembro. Ainda sem datas, Espanha
tenciona também avançar com a administração de uma terceira dose das vacinas
Pfizer/BioNTech e Moderna.
Em
Maio, o director-geral da OMS lançou o desafio, que se tem revelado cada vez
mais difícil de alcançar, de ter 10% da população de todos os países do mundo
vacinada até Setembro.
“Para
chegar lá precisamos da cooperação de todos, especialmente de um punhado de
países e empresas que controlam a produção global de vacinas”, frisou Tedros
Adhanom Ghebreyesus, que apelou aos grupos farmacêuticos para que privilegiem o
Covax, mecanismo de distribuição universal e equitativa de vacinas contra a
covid-19 de que beneficiam 92 países pobres.
Contudo,
até à data, o Covax, cogerido pela OMS, não conseguiu cumprir a sua missão, devido
à falta de doses, tendo apenas distribuído uma pequena fracção de vacinas.
Dos
quatro mil milhões de doses de vacinas injetadas no mundo, 80% foram nos países
de médios e altos rendimentos, que representam menos de metade da população
mundial.
A
pandemia da covid-19 fez pelo menos 4.247.231 mortos em todo o mundo, entre
mais de 199,5 milhões de infectados, segundo a contabilidade mais recente da
agência noticiosa AFP, feita com base em dados oficiais.
A
covid-19 é uma doença respiratória causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2,
detectado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e que se disseminou
rapidamente pelo mundo.ANG/Inforpress/Lusa
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