Angola/Sociedade civil lança petição contra “instrumentalização” da justiça
Bissau, 25 Ago
21 (ANG) - Um grupo de membros da sociedade civil angolana está a promover uma
campanha de recolha de assinaturas para exigir o fim do que chamam
interferência junto dos órgãos de justiça.
Os organizadores
pretendem depositar o abaixo assinado jun
to da Presidência da República, da
Procuradoria-Geral, do Tribunal Constitucional, da União Europeia e da União
Africana.
O padre Pio Wakussanga, um dos
subscritores da petição, afirma que o objectivo é defender a independência da
justiça e diz que não se pode permitir que o Estado seja “assaltado” por
interesses particulares ou de grupo.
Para o sacerdote católico, um ano antes
das eleições, nota-se um certo aperto no capítulo das liberdades, dos direitos
humanos e da manipulação do poder a favor de terceiros.
Os organizadores esperam reunir um número
mínimo de assinaturas para fazer chegar à presidência da República, PGR,
Tribunal Constitucional, União Europeia e União Africana.
“Não podemos permitir que o Estado seja
assaltado por interesses particulares ou de grupo. O Estado está acima de
partidos, de grupo, de interesses, é nesta perspectiva que nos juntamos, como
cidadãos para fazermos essa petição”, afirmou.
“Há muitos indicadores que nos levam a
concluir que as nomeações de pessoas a determinados cargos não são feitas para
servir o Estado”, rematou o padre Pio Wakussanga.
Em relação à nomeação da presidente do
Tribunal Constitucional, o também activista social lembrou que existem vários
indicadores que levam a concluir que a nomeação de pessoas a determinados
cargos não são feitas para servir o Estado, mas sim interesses de particulares.
A petição, que os subscritores denominaram
“Defesa de um Estado genuinamente Democrático e de Direito em Angola”, visa
também repudiar a suposta instrumentalização dos órgãos de justiça pelo
partido no poder, o MPLA.
Nos últimos dias, a UNITA acusou o MPLA de interferir directamente na justiça, com o objectivo de anular o mandato do seu presidente ao alegar que Adalberto da Costa Júnior não renunciou atempadamente à nacionalidade portuguesa antes do congresso que o elegeu, um direito exigido pela Lei dos partidos políticos.ANG/RFI
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