46 anos de ANG/Diretor-geral lamenta o estado prolongado de relançamento a que se submeteu o órgão
Bissau, 20 Ago 21 (ANG)
– O Diretor-geral de Agência de Notícias da Guiné (ANG), lamentou esta
sexta-feira o estado prolongado de relançamento à que o órgão se submeteu
devido a dificuldades financeiras.
Salvador Gomes que
falava em entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné (ANG), por
ocasião da celebração, em 20 de Agosto, de mais um aniversário deste órgão
público de comunicação social, disse que os 46 anos da ANG ficaram marcados por bons e maus momentos,
referindo que os maus momentos decorreram a partir de fins dos anos 90. Até os dias de hoje.
Disse que, terminado o
conflito político militar de 1998, a então direção da ANG elaborou um plano de
relançamento do órgão que, apesar de ter obtido, através do Instituto de
Comunicação Social de Portugal, o que se julgou na altura ser o mínimo para a
primeira fase de relançamento, não se chegou a fase de relançamento, conforme
previsto.
Segundo Salvador Gomes,
alguns materiais: computadores e assessórios , equipamentos de escritório foram
adquiridos em Lisboa e enviados para Bissau, mas o técnico incumbido de
proceder a instalação desses equipamentos no quadro da parceria com a agência
portuguesa, Lusa não se dignou viajar
para Bissau para o efeito.
Desde lá até
presentemente a ANG, em termos de equipamentos, tem funcionado com apoios de
terceiros, nomeadamente, UNIOGBIS, embaixada dos Estados Unidos de América, Embaixada
da República Popular da China entre outras.
O responsável máximo de
ANG disse que, contudo, uma esperança para a mudança da situação da ANG se
afigura com a disponibilização de fundos da Taxa Audiovisual, recentemente
aprovado pelo Governo.
“Com a aplicação dessa taxa, creio que haverá
possibilidades dessa situação de relançamento da ANG se avançar. Contamos
retomar os serviços de Correspondentes
regionais, ter um sitio com maiores capacidades para divulgação das nossas
produções, melhorar as condições de mobilidade dos repórteres, e as condições
técnicas dos profissionais, disse.
Para o relançamento das
actividades de correspondentes Regionais que diz ser a força de qualquer agência de notícias,
Salvador Gomes revelou que um plano para
o efeito já está entregue ao ministro da Comunicação Social Fernando Mendonça,
orçado em 8.448.800 francos CFA, que
serão aplicados no pagamento de subsídios e aquisição de equipamentos,
computadores, motos, gravadores, pens de internet e outros materiais, para
Correspondentes na oito regiões do país.
No que tem a ver com a
situação de efetivação dos estagiário pelo governo, o DG de Agência de
Notícias da Guiné (ANG), lamenta a morosidade do processo e diz que a demora
está a ter um efeito no funcionamento da ANG.
“A redação da ANG
dispõe apenas de um jornalista efetivo. Os restantes oito aguardam a
efectivação. E talvez por desmotivação não têm assegurado a assiduidade exigida
por uma redação. Há dias em que apenas
aparece um jornalista e mais o Director de informação, o que é muito mau.”,
disse.
Questionado sobre o
porquê de não contemplação da ANG nas viagens do actual e sucessivos Presidentes
da República e de Primeiros-ministros que passaram no país, Salvador Gomes disse que também não sabe porquê que isso acontece.
“ Mas isso pouco
importa, a ANG continuará sendo sempre
aquele órgão de reconhecido interesse público, portanto útil para a sociedade e
para outros órgãos de comunicação social, que nos tem animado com o
aproveitamento das nossas peças, para enriquecimento dos seus blocos de
notícias. Uma agência de notícias é sempre importante para o estado e a sociedade em geral pelo tratamento
factual e com isenção das suas peças”, sustentou.
Salvador Gomes,
licenciado em Comunicação Organizacional e Jornalismo, Director-geral na ANG
desde Fevereiro de 2002 deixa mensagem de esperança aos funcionários da ANG.
“Os dias melhores virão
porque a Agência vai continuar a funcionar. Se tudo correr como previsto as
dificuldades enfrentadas durante todos
esses anos vão acabar para dar lugar a uma agência de notícias mais presente no
xadrez da comunicação social, mais interventivo em termos de capacidade de
cobertura do pais. Quiça, no futuro vai se ter o problema de se decidir quem
vai ficar na ANG porque as exigências de
qualificação aumentaram”, disse acrescentando “o caminho é aumentar a produção,
começar a disponibilizar textos, som e vídeo para os interessados”.
ANG/LLA/ÂC//SG
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