Covid-19/Remessas de vacinas para África devem aumentar sete vezes – OMS
Bissau,
23 Set 21(ANG) – As remessas de vacinas contra a covid-19 para África devem
aumentar sete vezes, de 20 milhões por mês para uma média mensal de 150
milhões, para que o continente vacine completamente 70% da população até
Setembro de 2022.
Os
Estados Unidos comprometeram-se a partilhar mais 500 milhões de vacinas com
países de baixo rendimento durante o próximo ano, elevando o total das suas
promessas para mais de 1,1 mil milhões de doses.
“A
cimeira global da covid-19 representou uma dose de esperança para África e
elogiamos os compromissos de partilha de mais vacinas, do salvamento de vidas e
de reconstrução. É o tipo de solidariedade internacional que irá ajudar a pôr
um fim à pandemia. Trata-se da vida ou morte para, potencialmente, milhões de
africanos, pelo que não há tempo a perder para avançar com estas remessas”,
afirmou Matshidiso Moeti, directora regional da Organização Mundial de Saúde
(OMS) para África, citada num comunicado da organização.
A
Covax, iniciativa global estabelecida para assegurar o acesso equitativo às
vacinas anti-covid-19, foi forçada a reduzir em 25% as entregas planeadas para
África este ano, devido à escassez global da oferta e às proibições de
exportação.
As
remessas da Covax continuam a chegar aos países africanos, com 4 milhões de
doses recebidas na última semana, mas apenas um terço das vacinas que os países
ricos se comprometeram a partilhar com África até ao final de 2021 foi
entregue.
“As
acções falam muito mais alto do que as palavras e os países africanos precisam
de datas de entrega claras, para que possam fazer os planos adequados.
Precisamos também de estruturas fortes que garantam que todas as promessas
feitas são promessas cumpridas”, acrescentou Moeti.
África
regista um total de 207.594 mortes associadas à covid-19 desde o início da
pandemia, em Março de 2020, e 8.190.601 contágios com o vírus SARS-CoV-2, de
acordo com os dados mais recentes do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças
da União Africana (África CDC).
A OMS
sublinha que, não obstante a terceira vaga da pandemia em África continuar a
diminuir, foram registados 108.000 novos casos de infecção, e mais de 3.000
óbitos associados à doença na semana até 19 de Setembro. A variante Delta
espalhou-se por 38 países africanos, a variante Alfa foi detectada em 45 países
e a Beta em 40.
“Os
trabalhadores, serviços e comunidades de saúde podem e devem aproveitar este
tempo para se reagruparem e prepararem para a próxima vaga”, sublinha Moeti.
Mas,
para tal, os países precisam de segurança no fornecimento de vacinas.
“A
incerteza em torno das entregas tem constituído um grande impedimento para
muitos países africanos. Além disso, quanto maior for o atraso na implementação
das campanhas de vacinação, maior será o risco de surgirem desafios adicionais,
tais como novas variantes, hesitações, lacunas operacionais ou outras ameaças”,
reforça o comunicado da OMS.
“Com
as viagens de fim de ano e as celebrações festivas a aproximarem-se
rapidamente, espera-se novos aumentos nos casos de infecção nos próximos meses.
Sem uma campanha de vacinação generalizada e outras medidas preventivas, a
quarta vaga do continente será provavelmente a mais brutal até agora”, alertou
Moeti.
A
covid-19 provocou pelo menos 4.715.909 mortes em todo o mundo, entre mais de
230 milhões infecções pelo novo coronavírus registadas desde o início da
pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A
doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final
de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e actualmente com variantes identificadas
em vários países.ANG/Inforpress/Lusa
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