Diplomacia/PR guineense promete abordar na ONU levantamento de
sanções aos militares do país
Bissau,21
Set 21(ANG) - O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse
segunda-feira que vai abordar com o Comité de Sanções das Nações Unidas a
questão do levantamento de sanções impostas aos militares responsáveis pelo
golpe de Estado de 2012.
"Tenho uma reunião agendada com o secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres] e também com o presidente do Comité das Sanções porque é chegada a altura do levantamento das sanções impostas aos militares e até porque alguns já faleceram e, por isso não faz sentido até hoje manter essas sanções", disse Sissoco Embaló.
O chefe de Estado guineense
falava aos jornalistas no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, em Bissau,
momentos antes de partir para Nova Iorque, onde vai participar na 76ª sessão da
Assembleia Geral das Nações Unidas.
O Comité de Sanções da ONU
decidiu sancionar 11 oficiais militares guineenses considerados protagonistas
do golpe de Estado de 2012, que afastou no poder o então primeiro-ministro,
Carlos Gomes Júnior.
São proibidos de viajar para
fora da Guiné-Bissau e ainda as suas contas bancárias estão congeladas desde
2021.
Entre oficiais militares
sancionados, destacam-se o antigo chefe de Estado-Maior General das Forças
Armadas, general António Indjai; o general Mamadu Turé, atual vice-chefe do
Estado-Maior; o general Ibraima Papa Camará, antigo chefe de Estado-Maior da
Força Aérea e atual presidente do Instituto Nacional da Defesa; o general
Estevão Na Mena, inspetor-geral das Forças Armadas, e o brigadeiro-general Daba
Na Walna, presidente do Tribunal Superior Militar.
Além de figurar na lista de
sancionados, o general António Indjai, atualmente na reserva, é alvo de um
mandado de captura internacional, alegadamente, emitido pelos Estados Unidos de
América que o acusam de "crimes de narcoterrorismo, conspiração para
importar cocaína, conspiração para fornecer apoio material a uma organização
terrorista estrangeira e conspiração para adquirir e transferir mísseis
antiaéreos para os rebeldes de FARC da Colômbia".
Os Estados Unidos da América
prometeram uma recompensa de cinco milhões de dólares para quem ajudar na
localização e captura do general Indjai.
O Presidente guineense, que
já refutou qualquer possibilidade de o general ser capturado ou transferido
para os Estados Unidos de América, disse que vai aproveitar a sua estada em
Washington para se reunir-se com as autoridades norte-americanas para abordar a
situação do general António Indjai.ANG/Lusa
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