sexta-feira, 17 de setembro de 2021


Saúde
/Fístula Obstétrica ainda existe devido à falhas no atendimento de saúde materno”, diz Dionísio Cumba

Bissau, 17 Set 21 (ANG) -  O ministro da Saúde disse que a Fistula Obstétrica ainda existe porque os sistemas de saúde falham no  atendimento de saúde materno, em termos de planeamento familiar, parto especializado, sistema obstétrico de emergência básica entre outros.

Dionísio Cumba falava na cerimónia de encerramento da IV˚ campanha nacional de tratamento das mulheres e meninas vitimas da Fistula Obstétrica.

Aproveitou o acto para  agradecer o Fundo das Nações Unidas para a População(FNUAP) e o Instituto da Mulher e Criança(IMC), pela realização conjunta da campanha e tratamento  cirúrgico de Fistulas Obstétricas, bem como pelo apoio constante que têm dado e continuam a dar na defesa da saúde e bem estar das mulheres,  crianças e população em geral.

O governante sublinhou na ocasião que essa doença   pode ser evitada adiando a idade da primeira gravidez, cessando as práticas tradicionais prejudiciais e tendo em conta o acesso oportuno a cuidados obstétricos de qualidade.

ʺA Fistula Obstétrica é uma doença evitável e curável. As mulheres afectadas devem ter acesso à assistência médica e que podem intervir quando ocorrem  complicações. Aquelas que não têm acesso durante o parto devem ter meios de buscar tratamento que geralmente é um procedimento cirúrgico”, explicou.

Referiu que a Fistula é classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como  sendo  ʺa consequência isolada mais dramática de um parto negligenciadoʺ que provoca perda  continua de urina ou de material fecal causando um desconforto muito grande à mulher.

Acrescentou que, se não forem curadas, as mulheres com Fistula Obstétricas  passam os restantes anos de suas vidas na vergonha e no isolamento literalmente esperando a morte.

O Representante de FNUAP na Guiné-Bissau reiterou a disponibilidade dessa organjzação de apoiar qualquer iniciativa do governo da Guiné-Bissau no sentido de melhorar a saúde materna no país.

Cheikh Fall agradeceu a direcção do hospital nacional Simão Mendes e a equipa de urologia e aos seus colaboradores que trabalharam  para tornar possível a realização da IV˚ campanha de tratamento das mulheres e meninas vitimas da Fistula Obstétrica.

ʺAo medir o impacto social e económico deste problema de saúde pública que o combate à Fistula Obstétrica recebeu especial atenção da representação do FNUAP na Guiné-Bissau. De 2009 até a data presente 305  mulheres foram tratadas nas diferentes campanhas e um grande número delas recebeu apoio financeiro para realizar atividades geradoras de rendimento”, explicou.

Helena Té, uma das vítimas da Fístula Obstétrica que beneficiou da cura durante a campanha de tratamento da doença, agradeceu aos médicos guineenses e estrangeiros pelo tratamento.

“Não acreditava que essa doença possa ser curada. Estou doente   nove anos,  só este ano consegui o tratamento. Desde que fiquei doente vivi isolada longe das pessoas, nos cantos a chorar. Meu muito obrigada à todos ”, disse. ANG/MI/ÂC//SG

 

 

 

  

 

    

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