Haiti/Pedida acusação formal do PM por envolvimento no assassínio do Presidente
Bissau, 15 Set 21(ANG) – O ministério público de Port-au-Prince pediu terça-feira ao juiz encarregado do caso do assassínio do Presidente haitiano, Jovenel Moïse, para indiciar o primeiro-ministro, Ariel Henry, devido a conversas telefónicas mantidas com um dos principais suspeitos do crime.
Bed-Ford
Claude, o comissário do Governo de Port-au-Prince – o equivalente a procurador
do ministério público – pediu igualmente que o primeiro-ministro seja proibido
de deixar o território nacional “devido à gravidade dos factos apresentados”.
O
Presidente Moïse foi abatido a tiro a 07 de julho, por um comando armado, na
sua residência, na capital haitiana.
Numa carta dirigida ao tribunal de primeira instância de Port-au-Prince,
Bed-Ford Claude assegura que “existem suficientes elementos comprometedores
para formar a sua convicção sobre a pertinência de processar o senhor Henry e
pura e simplesmente pedir a sua acusação formal”.
Numa
segunda missiva, enviada ao diretor da administração migratória, o comissário
do Governo justifica o pedido de proibição de saída do território para Ariel
Henry com “graves suspeitas de assassínio do Presidente da República”.
Na
sexta-feira passada, Bed-Ford Claude tinha já convidado o chefe do executivo a
apresentar-se hoje na procuradoria, afirmando que Henry tinha mantido, algumas
horas após o assassínio de Jovenel Moïse, conversas telefónicas com uma das
pessoas ativamente procuradas no âmbito da investigação do caso.
Antigo
membro da unidade de combate à corrupção, dependente do Ministério da Justiça,
Joseph Félix Badio terá sido geolocalizado no bairro onde se situa a residência
particular de Jovenel Moïse, durante chamadas feitas a Ariel Henry às 04:03 e
depois às 04:20 na noite do atentado.
No
sábado, o primeiro-ministro criticou a iniciativa do procurador,
classificando-a como manobra de diversão.
“As
manobras de diversão para semear a confusão e impedir a justiça de fazer
serenamente o seu trabalho não passarão”, reagiu Ariel Henry.
“Os
verdadeiros culpados, os autores morais e os mandantes do odioso assassínio do
Presidente Jovenel Moïse serão encontrados, levados perante a justiça e punidos
pelo seu crime”, acrescentou.
No
total, 44 pessoas, entre as quais 18 cidadãos colombianos e dois
norte-americanos de origem haitiana, foram já detidas no âmbito da investigação
sobre o homicídio de Jovenel Moïse, cometido na sua residência sem que qualquer
dos seus seguranças tenha ficado ferido.ANG/Inforpresss/Lusa
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