Sudão/ONU precisa 4,1 mil
milhões de dólares para ajuda "urgente"
Bissau, 07 Fev 24 (ANG) - Agências das Nações Unidas apelaram hoje a ajudas que somam 4,1 mil milhões de dólares (3,8 mil milhões de euros) para responderem às "necessidades humanitárias mais urgentes" dos civis no Sudão e dos refugiados em países vizinhos.
Após dez meses de guerra entre o exército e
o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF), metade da população do Sudão
- cerca de 25 milhões de pessoas - foi afetada e necessita de assistência
humanitária ou de proteção, referem num comunicado de imprensa conjunto o
Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) e o
Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
O OCHA, que comanda a resposta no Sudão,
precisa de 2,7 mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros) para responder
às necessidades mais urgentes de 14,7 milhões de pessoas.
O ACNUR, que coordena o Plano Regional de
Resposta aos Refugiados, solicita 1,4 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões
de euros) e visa cerca de 2,7 milhões de pessoas em cinco países vizinhos do
Sudão, detalham no comunicado.
Em conjunto, os dois planos têm como
objetivo apoiar cerca de 17,4 milhões de pessoas no Sudão e nos países
vizinhos, anunciaram.
Mais de 1,5 milhões de pessoas fugiram
através das fronteiras do Sudão para a República Centro-Africana, o Tchad, o
Egipto, a Etiópia e o Sudão do Sul, de acordo com o comunicado.
Os combates no país têm alastrado a outras
regiões e a fome "é galopante, com quase 18 milhões de pessoas a enfrentar
uma insegurança alimentar aguda", alertaram.
O conflito danificou redes de abastecimento
de água que, entre outros problemas de saúde, tive como consequência o aumento
de casos de cólera. Os casos suspeitos aumentaram para 10.500 no final de
Janeiro, estando 292 mortes relacionadas com a doença em 60 localidades, de
acordo com dados do OCHA.
Quase três quartos das instalações de saúde
estão fora de serviço nos Estados afetados pelo conflito, por isso também
doenças como o sarampo e a malária estão a propagar-se numa altura em que dois
terços da população não têm acesso a cuidados de saúde.
As violações dos direitos humanos são
generalizadas, com relatos contínuos de violência baseada no género, referiram
as agências da ONU.
"A generosidade dos doadores ajuda-nos
a fornecer alimentos e nutrição, abrigo, água potável e educação para as
crianças, bem como a combater o flagelo da violência baseada no género e a
cuidar dos sobreviventes", afirmou o subsecretário-geral para os Assuntos
Humanitários e Coordenador da Ajuda de Emergência, Martin Griffiths.
Todavia, Griffiths frisou também que o
apelo do ano passado foi financiado em menos de metade e que este ano os
resultados têm de ser melhores e com um sentido de urgência acrescido.
Os trabalhadores de 167 organizações
humanitárias prestaram assistência a cerca de sete milhões de pessoas no Sudão
em 2023, com o apoio de doadores internacionais, segundo a ONU.ANG/Angop
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