Washington/EUA consideram
"ilegítimo" adiamento das eleições no Senegal
Bissau,
07 Fev 24 (ANG) - Os Estados Unidos afirmaram que o adiamento das eleições
presidenciais senegalesas para 15 de Dezembro "não pode ser considerado
legítimo".
Por isso, exortaram o
Governo do Senegal "a organizar as eleições presidenciais em conformidade
com a Constituição e leis eleitorais".
"Os Estados Unidos
estão profundamente preocupados com as medidas tomadas para adiar as eleições
presidenciais senegalesas de 25 de Fevereiro, uma medida que vai contra a forte
tradição democrática do país", declarou Matthew Miller, porta-voz do
Departamento de Estado.
Miller é citado num comunicado
de imprensa divulgado ao final da noite de terça-feira em Washington.
O Departamento de Estado
apelou igualmente ao "imediato restabelecimento total do acesso à Internet
e ao completo respeito pelas liberdades de reunião pacífica e de expressão, incluindo
as dos membros da comunicação social".
Ainda segundo o mesmo
comunicado, os Estados Unidos manifestam-se "comprometidos com todas as
partes e com os parceiros regionais nos próximos dias".
A posição
norte-americana contrasta com a declaração lacónica da diplomacia francesa,
antiga colónia e com presença incomparavelmente maior em toda a região, que até
agora apenas manifestou os votos de que as eleições sejam "realizadas o
mais rapidamente possível".
No mesmo sentido, também
a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) inibiu-se de
condenar o adiamento das eleições no Senegal, não indo além de manifestar
"a sua preocupação com as circunstâncias que levaram" às mesmas e
apenas pedindo às "autoridades competentes que acelerem os diferentes
processos para estabelecer uma nova data", segundo um comunicado divulgado
no último domingo pela Comissão da organização.
A União Europeia
acompanhou a posição assumida pela CEDEAO, apelando à realização de
"eleições transparentes, inclusivas e credíveis, o mais rapidamente
possível e com respeito pelo Estado de direito, a fim de preservar a longa
tradição de estabilidade e democracia no Senegal", de acordo com um
comunicado divulgado no mesmo dia.
O acesso à Internet de
dados móveis foi restabelecido esta manhã na capital senegalesa, Dakar, depois
de uma suspensão de dois dias decretada pelas autoridades, no contexto da
crise.
O ministério senegalês
das Telecomunicações justificou a medida com a difusão nas redes sociais de
"mensagens odiosas e subversivas (...) num contexto de ameaça à ordem
pública".
Na segunda-feira, o parlamento senegalês aprovou uma lei que adia as eleições presidenciais de 25 de Fevereiro para 15 de Dezembro e prorroga por um ano o mandato do Presidente cessante, Macky Sall. ANG/Angop
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