Obama anuncia medidas de controlo de armas
Bissau, 06 Jan 16(ANG) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou na terça-feira um pacote de decretos sobre o controlo de armas com um apelo dramático ao país para a "urgência" de agir no tema para por um ponto final a um drama que mata milhares de pessoas todos os anos.
Obama lembrou que "a cada ano mais de 30 mil americanos têm as suas vidas ceifadas por armas", e indicou que os Estados Unidos são "o único país avançado no mundo em que este tipo de violência indiscriminada ocorre com esta frequência. Isto não acontece em outros países".
Calcula-se que circulem mais de 300 milhões de armas nos Estados Unidos, mais de uma por habitante.
O presidente americano estava acompanhado do seu vice, Joe Biden, e cercado por familiares de vítimas fatais de armas de fogo, aos quais homenageou.
"Centenas de milhares de americanos perderam irmãos e irmãs, ou sepultaram os seus filhos. Outros tiveram que aprender a viver com deficiências. Ou aprender a viver sem o amor das suas vidas. E várias dessas pessoas estão aqui agora", disse o presidente.
No momento mais delicado do discurso, Obama chorou ao lembrar as crianças mortas a tiros numa escola de ensino primário de Sandy Hook, em Connecticut, em Dezembro de 2012.
"Toda vez que penso nestas crianças, me sinto mal", disse o presidente, esforçando-se para de recompor.
Durante a ceri
mónia, Obama reservou fortes críticas ao Congresso e ao multimilionário lobby dos fabricantes e vendedores de armas, que até o momento bloquearam qualquer tentativa de discussão de uma legislação sobre o controlo de armamentos.
"O lobby das armas poderia fazer o Congresso refém agora mesmo, mas eles não podem tomar os Estados Unidos como reféns", disse o presidente, para quem estes grupos são "barulhentos e bem organizados para que seja fácil que as armas estejam disponíveis para todos, a qualquer momento".
Obama enfatizou que "o Congresso tem que agir" e anunciou que, enquanto o Legislativo não intervier no caso, ele, como presidente da República, usará as atribuições do cargo para assinar decretos.
Um deles exige a checagem de antecedentes criminais de vendedores de armas de fogo - um requisito para obter uma licença -, não só para aqueles que operam num espaço físico, mas também para os que o fazem pela internet ou nas feiras de armamentos montadas em centros comerciais.
O pacote de medidas também exige a verificação de antecedentes criminais na compra de armamento através de grupos, sociedades ou organizações locais e inclui o aumento substancial do pessoal especializado que ficará encarregado de checar os antecedentes.
A Casa Branca propõe, por outro lado, aumentar a ajuda a pessoas que sofrem de transtornos mentais graves e incentivar o desenvolvimento de tecnologias para aumentar a segurança das armas de fogo.
A Associação Nacional de Rifles (NRA), principal defensora e lobista do comércio de armas, respondeu que as declarações de Obama não podiam ser levadas a sério.
"O momento destes anúncios, no oitavo e último ano da sua presidência, demonstra não só a exploração política, mas também uma fundamental falta de seriedade", expressou o director-executivo da instituição, Chris Cox.
Representantes do opositor partido Republicano reagiram praticamente de imediato às medidas de Obama, repetindo que o direito a ter armas está contemplado na segunda emenda da Constituição e, portanto, o presidente não pode limitar este direito.
ANG/Angop
Sem comentários:
Enviar um comentário