Associação de Exportadores boicota participação alegando
ter sido censurado do processo
Bissau,24
Mar 18(ANG) – O Presidente da Associação Nacional dos Importadores e
Exportadores da Guiné-Bissau (ANIE-GB) declarou que a organização não estará
representada na cerimónia de abertura da campanha de comercialização da
castanha de caju, a ser presidida sábado, em Gabú, pelo presidente Mário Vaz,
por não lhe ter sido permitido usar da palavra no acto.
Mamadú
Iero Jamanca, em conferência de imprensa realizada hoje, disse que a ANIE-GB
declinou o convite do Ministério do Comércio e Promoção Empresarial para tomar
parte no evento por sentir-se excluído e censurado do processo.
“Quer
dizer, está-se a ser implantado atualmente no país uma cultura de censura. Ou
seja, quem tem opinião diferente com o nosso não pode falar. Portanto como
sentimos censurados e excluídos, afirmamos que não podemos legitimar
eventualmente uma decisão a ser tomada na abertura da campanha 2018”, , afirmou.
Iero
Jamanca sublinhou que como as pessoas lhe reconhece os valores com que está a
administrar aquela organização, vai continuar a ser coerente na defesa dos seus
princípios.
“A Associação
de Exportadores enquanto cabeça de toda a fileira de caju já adquiriu o direito
de opinar sobre as grandes questões que nortearam a problemática da campanha de
caju”, susutentou.
Jamanca
disse que a abertura oficial da campanha de caju seria uma oportunidade para todos os actores da fileira de caju procederem
ao balanço do que foi a campanha do ano passado.
“Quero
dizer que a abertura da campanha de caju vai ser feita pelas pessoas que não
têm uma ligação directa com o processo. Não sentem aquele calor e frio de fazer
a campanha de caju, porque limitam-se a sentar-se nos seus gabinetes a fazer outras coisas”,
informou.
Mamadú
Iero Jamanca frisou que antes da abertura da campanha de caju, as pessoas
deviam saber antes em que estado estão os cajueiros nas matas, das expectativas
da primeira colheita entre outras em parceria com a Associação Nacional de
Agricultores.
“As
instituições que agora reclamam que são os reguladores e donos de caju do país,
deviam apresentar ao povo guineense o resultado desse trabalho. Ou seja, se
existem falhas, quais são as qualidades de produção do ano passado entre
outros”,referiu.
Por
sua vez, o advogado da Associação Nacional de Importadores e Exportadores da
Guiné-Bissau afirmou que o despacho número 3/2017 do gabinete do ministro
cessante do Comércio e Promoção Empresarial, de 21 de Abril já foi chumbado em
resultado de uma Providência Cautelar intentada pela ANIE-GB.
“A
ANIE-GB por não se conformar com o referido despacho que entre outros altera o
montante de atribuição de Alvarás de operação na campanha de cajú de 500 mil
francos CFA para cinco milhões”, disse Halen Napoco.
Informou
que até a decisão contrária o despacho número 3/2017 não pode ser aplicado,
porque o Ministério do Comércio foi notificado bem como todas as instituições
que normalmente intervém na fileira de caju.
“Mesmo
assim houve uma desobediência reiterada do Ministério do Comércio e outras
instituições da administração pública no sentido de desrespeito a decisão do
Tribunal. Facto que configura num crime de desobediência”, esclareceu.
Napoco
salientou que, com este acto de desobediência estão à espera da atuação do
Ministério Público enquanto fiscal da legalidade.
ANG/ÂC/SG
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