MCCI pede sanções políticas
contra José Mário Vaz
Bissau
05 Mar 18 (ANG) - Os jovens do movimento de cidadãos inconformados com a crise
política na Guiné-Bissau pediram domingo à comunidade da África Ocidental que
sancione o Presidente do país, José Mário Vaz, que acusam de ser o mentor da
situação.
Sumaila
Djaló, porta-voz dos Inconformados, movimento constituído por jovens dos liceus
e universidades, indicou à Lusa, à margem de uma manifestação realizada nas ruas de Bissau, que José Mário
Vaz “tem de ser sancionado” pela Comunidade Económica de Estados da África
Ocidental (CEDEAO).
Os
Inconformados manifestaram hoje diante da sede da CEDEAO a sua solidariedade
para com a organização africana por ter decretado sanções contra 19
personalidades guineenses, que acusa de serem os responsáveis pela persistência
da crise política no país, mas querem que o nome de José Mário Vaz passe a
figurar na lista de castigados.
“Sendo
José Mário Vaz o autor desta crise o nome dele tem que figurar numa futura
lista, queremos que seja sancionado pela CEDEAO”, defendeu Sumaila Djaló,
agradecendo à organização “pela sábia decisão” de aplicar sanções aos
responsáveis do país.
O
movimento entregou ao representante da CEDEAO em Bissau, Blaise Diplo, um
manifesto no qual agradecem o castigo aplicado às 19 personalidades, mas também
frisam a sua vontade de ver o nome do Presidente do país entre os castigados.
Blaise
Diplo prometeu fazer chegar o documento às instâncias competentes.
Outro
elemento dos Inconformados, Badilé Samy, disse no seu discurso que as sanções
da CEDEAO, que entre outras medidas proíbem os visados de viajarem, “já estão a
ter resultados”, pelo que, insistiu, devem ser adoptadas “por todas as
instâncias internacionais”.
A única
mulher a usar da palavra nos discursos, Isabel Gomes, entende que “há mais
pessoas” que devem ser sancionadas para que a Guiné-Bissau “ganhe a paz
definitivamente”.
Quanto
ao facto de a manifestação contar com pouca adesão, cerca de cem jovens, Isabel
Gomes defendeu que “tudo se deveu a estratégia da polícia”, que só autorizou a
acção por volta das 23:00 sábado.
Inicialmente a polícia
tinha dito que não ia garantir segurança e as pessoas tiveram receio de vir à
manifestação, explicou a dirigente que se considera orgulhosa com aqueles que
marcharam cerca de cinco quilómetros até a sede da CEDEAO, disse.
ANG/Lusa
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