Governo
anuncia investimento de mais de 500 milhões de francos cfa no principal
hospital do país
Bissau,21 Mar 18(ANG) - O Governo da Guiné-Bissau
vai investir durante este ano mais de 700 mil euros em infraestruturas no
Hospital Nacional Simão Mendes, em Bissau, anunciou segunda-feira o ministro
cessante da Economia e Finanças, João Alaje
Mamadu Fadia.
"Além dos 720 milhões de francos cfa (cerca
de um milhão de euros) previsto para a alimentação estamos a prever continuar
com um investimento nas infraestruturas na ordem dos 500 milhões de francos cfa
(cerca de 762 mil euros) ", afirmou João Fadia.
O ministro das Finanças falava aos jornalistas
durante uma visita ao Hospital Nacional Mendes, acompanhado do ministro da
Saúde, Carlitos Barai, realizada com o objetivo de constatar “in loco” os resultados dos investimentos feitos em 2017
naquele estabelecimento hospitalar e se os recursos disponibilizados tinham
sido aplicados.
Em 2017, o Governo guineense reconstruiu a
cozinha do hospital e passou a garantir alimentação aos doentes internados,
reconstruiu a rede de esgotos, melhorou a rede elétrica e ampliou o serviço de
urgências.
"É isto que devemos fazer e devemos
continuar a fazer esforços para melhorar ainda mais", afirmou o ministro
das Finanças, sublinhando a sua preocupação em relação a situação dos geradores
da unidade hospitalar, que não entram automaticamente em funcionamento cada vez
que haja corte repentina de luz elétrica pública.
Para Fadia, independentemente do Governo que esteja
no poder, é preciso que sejam feitos esforços para garantir um melhor sistema
de saúde aos guineenses.
O ministro da Saúde, Carlitos Barai,
considerou que ainda há muito trabalho pela frente e salientou que o número da
população em Bissau aumentou e as estruturas existentes não conseguem dar
resposta.
Carlitos Barai disse que é preciso aumentar o serviço de urgência,
pediatria e maternidade e aumentar os recursos humanos.
Questionado pelos jornalistas sobre a
contratação de mais pessoas para fazer face às necessidades, o ministro da
Saúde explicou que o Ministério das Finanças já disponibilizou fundos para a
contratação de mais 700 pessoas para o sistema nacional de saúde.
Em junho, um relatório das Nações Unidas
indicava que o direito ao acesso à saúde na Guiné-Bissau tinha registado
progressos, mas que persistem obstáculos que impedem a evolução do setor no
país.
O relatório salientou que a "plena
realização do direito à saúde no país é dificultada" pela pobreza
endémica, défice de acesso a alimentos, educação, água potável e saneamento,
infraestruturas limitadas e inadequadas e pela qualidade do sistema de cuidados
de saúde.
No documento, a ONU recomendou ao Governo
guineense que "continue a tomar medidas para enfrentar os desafios do
sistema nacional de saúde, incluindo no que diz respeito à disponibilidade de
infraestruturas, bens e serviços de saúde, acessibilidade económica, física e
de informação".
ANG/Lusa
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