Governo confirma libertação de 76 raparigas pelo Boko
Haram
Bissau, 21 Mar 18 (ANG) – O Governo
nigeriano confirmou hoje a libertação de 76, e não “cerca de uma centena”, de
jovens raparigas que foram raptadas a 19 de Fevereiro pelo grupo extremista
islâmico Boko Haram, desconhecendo-se o paradeiro das restantes 34.
Inicialmente, fontes contactadas pela
agência noticiosa France-Presse (AFP) davam conta de que o Boko Haram, com
ligações ao grupo Estado Islâmico, tinha libertado cerca de uma centena de
raparigas, em Dapchi, no estado de Yobe (norte).
Por outro lado, testemunhas citadas pela
agência Associated Press (AP) indicaram que os raptores chegaram a Dapchi cerca
das 08:00 locais (06:00 em Cabo Verde) e que deixaram as crianças defronte da
escola da cidade, gritando à população para que não as deixem regressar ao
estabelecimento de ensino para receber “instrução ocidental”.
Citando uma das testemunhas em Dapchi, a
AP adianta que os elementos do Boko Haram disseram que as libertavam “por
piedade”.
“Mas não ponham as vossas filhas na
escola”, gritaram.
O Governo nigeriano também negou ter
pagado qualquer resgate aos raptores, garantindo que a libertação das jovens é
um processo que “ainda está em curso” através de “canais específicos e com a
ajuda de alguns países amigos”.
“As jovens raparigas chegaram em nove
viaturas e foram entregues à porta da escola cerca das 08:00” (07:00 em Bissau),
indicou à AFP Bashir Manzo, que dirige uma associação de ajuda aos familiares
das crianças raptadas, acrescentando que as autoridades policiais vão proceder
a uma contagem precisa das que foram libertadas.
“Tenho uma lista das raparigas que foram
raptadas e estou a caminho da escola para confirmar se falta alguma. Mas, para
já, sabemos que uma delas morreu” durante o cativeiro, acrescentou.
Segundo Manzo, a entrega das raparigas
não foi acompanhada por qualquer força de segurança dos extremistas, que
chegaram nas viaturas, deixaram as jovens e partiram.
A 19 de Fevereiro último, elementos do
Boko Haram atacaram uma escola para raparigas em Dapchi e raptaram 110 com
idades entre os 10 e os 18 anos.
Na terça-feira, a Amnistia Internacional (AI) acusou o Exército nigeriano de ter sido informado sobre movimentações dos extremistas na região de Dapchi antes do rapto e de não ter reagido a tempo.
Na terça-feira, a Amnistia Internacional (AI) acusou o Exército nigeriano de ter sido informado sobre movimentações dos extremistas na região de Dapchi antes do rapto e de não ter reagido a tempo.
Esta acção desenvolveu-se em
circunstâncias quase idênticas ao rapto de Chibok, em Abril de 2014, em que 260
raparigas foram levadas por militantes do Boko Haram, desencadeando uma vaga de
emoção mundial.
Mais tarde, cerca de uma centena delas conseguiu escapar ou foram libertadas depois de negociações com o Governo. ANG/Inforpress/Lusa
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