“Sem
os 15 no partido o PAIGC não ganhará as próximas eleições”, diz Braima Camará
Bissau,05 Mar 18(ANG) – O Coordenador do grupo dos 15
deputados expulsos do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo
Verde(PAIGC), considerou que, sem os 15 no partido, os libertadores não
ganharão as próximas eleições legislativas.
Braima Camará em entrevista exclusiva ao jornal “O Democrata”, disse que os
elementos do grupo dos 15 são mais influentes na base e são personalidades
políticas com contactos ditectos com a população.
Instado a dizer sobre a informação sobre a sua suposta
militância no Partido da Renovação Social (PRS), respondeu que isso não
corresponde à verdade, acrescentando que é militante do PAIGC e que jamais na
sua vida irá militar numa outra formação política e que continuará a fazer a
política.
“A única certeza que tenho é que serei um deputado eleito
nas próximas eleições legislativas. Serei mais simpático e bonito que Domingos
Simões Pereira. A outra certeza é que o PAIGC irá para a oposição”, disse.
Camará revelou que o grupo dos 15 entrou com uma acção na
justiça na qual pede a suspensão de todas as deliberações do IX Congresso
Ordinário do PAIGC.
“É vergonhoso ver em pleno século XXI alguém da nossa
geração almejar a ser um único candidato à liderança de um partido político.
Isso é um insulto, vergonhoso e politiquice, É jogo de baixo nível. Eu não
aceitaria nunca ser único candidato em nenhum processo democrático e sobretudo
num partido com a responsabilidade histórica”, referiu Braima Camará.
Acrescentou : “isso demostra claramente que Simões
Pereira não está preparado para fazer a política num quadro democrático e muito
menos de debates políticos. Ele tem medo de debate político”.
Perguntado se não
sente mal hoje por estar fora do
partido, Camará respondeu que essa não é uma direção do partido que
assegure os princípios do PAIGC.
“Sou do PAIGC e estou dentro do PAIGC. Mas esta
direção não é digna do PAIGC. Simões Pereira não está preparado para dirigir o
nosso partido. Ele não está preparado para a democracia e não está preparado
para fazer política. Porquê? Porque foi-lhe dado um tacho”, explicou.
Disse ser um democrata e militante do PAIGC,
frisando que será militante do PAIGC eternamente. “Não sou do PAIGC por
encomenda! Sou do PAIGC pelo suor e sangue dos meus pais e dos combatentes da
liberdade da pátria. Não sou paraquedista dentro do PAIGC. Sou fruto do PAIGC.
Já disse ao Simões Pereira que jamais entrarei pela janela no PAIGC. Se tiver
que entrar na sede do nosso partido, será pela porta grande”, afirmou.
Perguntado sobre se já com a realização do congresso do PAIGC do qual saiu a nova direção, em
que condições é que o Grupo dos 15 deputados aceitaria voltar ao partido,
Braima Camará respondeu que para eles, este congresso não passa de uma
farsa ou ʺcumé-cumé e barrigadaˮ entre pessoas do mesmo círculo.
“Aquilo não é congresso. Foi sim uma reunião onde a
palavra de ordem é sim Senhor. Não havia contraditório nem
debates. Ninguém podia dizer nada, porque foram usados. Serifo Nhamadjo, antigo
Presidente da República, foi esmagado neste congresso. Ele cumpriu todas as
formalidades, ou seja, respeitou os estatutos e foi começar na base. Simões
Pereira usou-o até ao congresso. Depois descartou-o. Aristides Gomes hoje não é
membro do bureau político. Como é possível pensar que o partido poderá ganhar
as eleições com Domingos Simões Pereira”, questionou.
Para o Coordenador do grupo dos 15, o PAIGC acabou
e não vai ganhar as eleições, mas sim o juízo, acrescentando que com o Domingos
Simões Pereira, o PAIGC acabou, contudo, disse que as suas disponibilidades é
total e incondicional para voltar ao partido.
Sobre a nomeação de Artur Silva para o cargo do Primeiro-Ministro,
disse que é inexistente porque está fora do âmbito de acordo de Conacri e que não
figura nos nomes levados à Conacri.
ANG/O
Democrata
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