Cancelada
reunião na Presidência para tentar ultrapassar impasse político
Bissau,21 Mar 18(ANG) - A reunião na
Presidência da Guiné-Bissau para tentar ultrapassar o impasse na formação do
Governo do país, prevista para terça-feira, foi cancelada, disse segunda-feira
à agência Lusa fonte da presidência.
Segundo a fonte, a reunião foi cancelada e
«muito provavelmente poderá acontecer no decorrer desta semana».
Na passada quarta-feira, a pedido da
sociedade civil, o Presidente guineense, José Mário Vaz, reuniu com
representantes da sociedade civil, entidades religiosas, Partido da Renovação
Social (PRS), grupo dos deputados dissidentes do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), comunidade internacional e grupo
das mulheres facilitadoras do diálogo para tentar encontrar um acordo para o
impasse político que o país atravessa, mas sem resultados.
O encontro ficou marcado pela ausência do
Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das
legislativas de 2014, do Partido da Convergência Democrática (PCD), União para
a Mudança (UM) e Partido da Nova Democracia, todos partidos com representação parlamentar
e signatários do Acordo de Conacri.
No final da reunião, Braima Camará, do grupo
dos deputados dissidentes do PAIGC, anunciou um novo encontro para terça-feira.
A crise política na Guiné-Bissau continua num
impasse e no final de janeiro o Presidente guineense nomeou um novo
primeiro-ministro para o país.
Artur Silva é o sexto primeiro-ministro
nomeado pelo Presidente desde as eleições legislativas de 2014, ganhas pelo
PAIGC, mas a composição do seu Governo continua sem ser anunciada mais de 40 dias
depois de ter tomado posse.
Empossado a 31 de janeiro, Artur Silva
prometeu então, «para breve», um Governo integrado por todos os signatários do
Acordo de Conacri, patrocinado pela Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO) para acabar com a crise política na Guiné-Bissau.
Na sequência da nomeação de Artur Silva, a
CEDEAO impôs sanções a 19 individualidades guineenses, incluindo o
Procurador-Geral da República, vários ministros do Governo demissionário e ao
filho do chefe de Estado.
Em causa está a aplicação e cumprimento do
Acordo de Conacri.
O Acordo de Conacri foi rubricado em outubro
de 2016 pelos cinco partidos com assento parlamentar, o líder do parlamento e o
grupo dos 15 deputados expulsos do Partido Africano da Independência da Guiné e
Cabo Verde (PAIGC).
O país deverá realizar eleições legislativas
ainda este ano. O chefe de Estado guineense já ouviu os partidos políticos
sobre a data para a realização das eleições, mas ainda não anunciou a data da
sua realização .
ANG/Lusa
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