Lava-Jato pode sofrer revés
Bissau,
27 set 19 (ANG) - A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal, depois de
duas sessões de julgamento, votou a favor de que réus delatados têm direito de
serem os últimos a prestar esclarecimentos quando houver réus delatores no
mesmo caso.

Até o momento, dos 11
ministros do STF, 6 votaram a favor desse posicionamento e 3 foram contrários.
O presidente da Corte, ministro Dias Toffoli,
chegou a afirmar que também votaria com maioria, aumentando o placar para 7,
mas anunciou a suspensão do julgamento.
O caso volta a ser
analisado na próxima semana, com o voto do ministro Marco Aurélio Mello e
também de Toffoli.
Antes de encerrar a
sessão, o presidente do Supremo avisou que vai propor uma espécie de modulação
do entendimento. Isso quer dizer que os ministros ainda vão definir como essa
tese será aplicada em outros casos.
A força-tarefa da Lava Jato divulgou um
balanço e indicou que, ao menos, 32 sentenças da operação poderão ser anuladas.
Essas decisões envolvem 143 condenados pela justiça.
O ministro Gilmar Mendes, que votos a favor da
tese que pode anular condenações, subiu o tom e questionou os números de
pessíveis beneficiários com a decisão. “Há muita lenda urbana em torno
disto. As pessoas não trazem números e mentem de forma arrogante. Por quê?
Porque a questão não é a
Lava Jato, é todo o sistema de justiça criminal que está sendo discutido, mas
isso virou um tipo de instituição”, afirmou Mendes.
Para o ministro Luís
Roberto Barroso, a decisão do Supremo pode causar um efeito dominó negativo
para o combate a corrupção no Brasil. “Esta discussão não é um caso isolado de
habeas corpus, ele produz um efeito sistêmico na interpretação de uma
legislação que funcionou e que ajudou o Brasil a começar a romper o paradigma
de impunidade que vigorava em relação a corrupção e criminalidade do colarinho
branco."
No mês passado, a Segunda
turma do STF anulou – pela primeira vez – uma condenação do então juiz Sergio
Moro na Lava Jato. O beneficiado foi o ex-presidente da Petrobras e do Banco do
Brasil, Aldemir Bendine. Com essa decisão, outros condenados entraram com o
mesmo pedido no Supremo e é o que está sendo analisado, agora, pelo plenário da
Corte. ANG/RFI
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