Mocambique/ Grupos armados perdem “quase todos os espaços” conquistados, PR
Bissau,07 Set 21 (ANG) - O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje, terça-feira, que os grupos armados que actuam na província de Cabo Delgado perderam "quase todos os espaços" que haviam ocupado, mas alertou para a necessidade de "vigilância", porque "o inimigo é perigoso".
"Neste
momento, recuperámos quase todos os espaços
que haviam sido ocupados pelos
terroristas, estando a decorrer operações de limpeza e esclarecimento
combativo", afirmou Nyusi.
O
chefe de Estado moçambicano falava na cidade de Nampula, norte do país, no
discurso alusivo às celebrações do Dia da Vitória, que marca a assinatura dos
Acordos de Lusaka, rubricados em 07 de Setembro de 1974 entre a Frente de
Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, e o Governo português,
abrindo caminho à proclamação da independência do território do país africano.
"As
ofensivas de caça ao inimigo que realizamos nas últimas semanas com as Forças
de Defesa e Segurança na vanguarda (...) estão a sufocar o inimigo",
acrescentou.
O
sucesso na guerra contra os grupos armados em Cabo Delgado, norte de
Moçambique, conta com o apoio das forças governamentais do Rwanda, missão
militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e dos
veteranos da luta de libertação nacional, prosseguiu Filipe Nyusi.
"Neste
momento, estamos empenhados no restabelecimento de infra-estruturas de energia,
água, telefone móvel, banca, estradas, pontes, centros de saúde, entre
outras", destacou Nyusi.
O
chefe de Estado moçambicano avançou que as populações deslocadas pela violência
armada em Cabo Delgado sentem-se encorajadas a regressar às suas zonas de
origem, como resultado da expulsão dos grupos armados.
"A
situação tende a melhorar a cada dia, o que leva a que alguma população esteja
a regressar às suas zonas de origem, contudo, aconselhamos a observar as
recomendações das estruturas locais" em relação às medidas de segurança a
observar, declarou.
O
chefe de Estado moçambicano assinalou que, entre os "cabecilhas" dos
grupos armados, estão cidadãos da Tanzânia, República Democrática do Congo
(RDC), Somália, Rwanda e Quénia, que "recrutam" moçambicanos para as
suas acções.
"Os
cabecilhas deste grupo criminoso nunca deram a cara e, portanto, o povo
moçambicano ainda não os conhece", enfatizou.
Filipe
Nyusi disse que a acção dos grupos armados resultou na morte de mais de duas
mil pessoas, fuga de mais de 850 mil e destruição de centenas de
infra-estruturas sociais e económicas.
Os
festejos do Dia da Vitória foram marcados pela atribuição de condecorações a
1.547 veteranos da luta de libertação nacional em todo o país, em
reconhecimento pelos seus feitos na guerra contra o colonialismo português.ANG/Angop
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