Covid-19/OMS estima mais 700.000 mortes na Europa até à primavera
Bissau,
23 Nov 21(ANG) – A doença covid-19
poderá provocar mais cerca de 700.000 mortes na Europa até à primavera se a
tendência atual de contágios continuar, alertou hoje a delegação regional da
Organização Mundial da Saúde (OMS).
As
projeções da OMS sugerem que 25 países da região europeia que a organização do
sistema das Nações Unidas avalia – composta por 53 Estados da Europa e da Ásia
Central – correm o risco de registar falta de camas hospitalares e 49 terão,
até Março, uma situação de grande ou extrema sobrecarga dos serviços de
cuidados intensivos.
“Para
conviver com este vírus e continuar com o nosso dia-a-dia, precisamos de uma
abordagem que ultrapasse a vacina. Isto significa receber as doses padrão [da
vacina] e um reforço, se facultado, mas também incorporar medidas preventivas
nas nossas rotinas”, afirmou o diretor regional da OMS Europa, Hans Kluge, em
comunicado hoje divulgado.
Entre
estas medidas, o responsável aponta o uso de máscaras de proteção individual em
espaços fechados, a higienização das mãos, a ventilação dos espaços, a
manutenção do distanciamento físico ou o hábito de tossir para o antebraço.
Estes
gestos ajudam a “evitar tragédias desnecessárias e perdas de vidas”, além de
limitarem os transtornos na sociedade, sublinhou o diretor da OMS Europa.
A
organização defende ainda a combinação dessas medidas com intervenções de saúde
pública, como a implementação do certificado covid-19 (documento que comprova
que a pessoa foi vacinada ou fez um teste com resultado negativo nas 48 horas
anteriores), o isolamento de quem tem sintomas, a realização de testes de
rastreio e a aplicação de quarentenas.
A
região europeia continua “muito sujeita” à pandemia, destaca a OMS.
Na
semana passada, o número de mortes diárias duplicou, para as 4.200, e o número
de vítimas mortais desde o início da pandemia ultrapassou 1,5 milhões de
pessoas, podendo este valor, de acordo com as projeções atuais, crescer para
2,2 milhões até à primavera.
De
acordo com o Instituto de Indicadores e Avaliação de Saúde, responsável por
fornecer dados à OMS, a covid-19 é actualmente a principal causa de morte na
região europeia.
A
rápida transmissão do novo coronavírus deve-se, segundo a organização, a vários
factores: o domínio da variante Delta (estirpe do coronavírus SARS-CoV-2 mais
contagiosa e perigosa), o levantamento das restrições em todos os países, a
descida das temperaturas e o consequente aumento de reuniões em espaços
fechados e o grande número de pessoas ainda não vacinadas.
Mais
de 1.000 milhões de doses foram administradas na região, onde 53,5% da
população total já completou o esquema vacinal, mas o número implica grandes
diferenças entre países: enquanto alguns ultrapassam os 80% da população
vacinada, outros não chegam aos 10%.
Por
isso, a OMS lembra que as vacinas “são fundamentais” para prevenir a forma mais
grave da doença e a morte, e alerta que é necessário aumentar as taxas de
imunização, tendo em conta que tudo indica que a proteção proporcionada pela
vacinação está a diminuir.
“Neste
contexto, deve ser dada uma dose de reforço a todos aqueles que são mais
vulneráveis, dando prioridade aos imunodeprimidos. Dependendo do contexto
nacional de disponibilidade de doses e da situação da epidemia, os países
também devem considerar administrá-la aos maiores de 60 anos e aos
trabalhadores do setor da saúde”, conclui a OMS.
A
covid-19 já provocou pelo menos 5.156.563 mortes em todo o mundo, entre mais de
257,51 milhões infecções pelo novo coronavírus registadas desde o início da
pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e actualmente com variantes identificadas em vários países.ANG/Inforpress/Lusa
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