Etiópia/ONU, França, Alemanha e EUA
instam cidadãos a abandonarem o país
Bissau, 25 Nov 21 (ANG) -Os guerrilheiros
separatistas da Frente Popular de Libertação do Tigray
(TPLF) conquistaram, no passado sábado, Shewa Robit, uma cidade que fica a
cerca de 220 quilómetros da capital, Adis Abeba.
A ONU, França, Alemanha e
Estados Unidos da América já fizeram um apelo aos seus cidadãos para
abandonarem o país.
Este pedido vem na sequência de um aumento de combates
e de um intensificar da guerra entre as forças do Tigray e o governo
central, nas últimas semanas.
A ONU, através de um comunicado divulgado esta
segunda-feira, pediu que se "coordene a evacuação e se assegure que todos
os membros elegíveis, familiares do pessoal destacado saiam da Etiópia, o
mais tardar até ao dia 25 de Novembro ".
A embaixada francesa na capital, Adis Abeba, também já
instou os cidadãos franceses a abandonarem a Etiópia imediatamente através de
voos comerciais ou, em caso de necessidade, em voos charter.
Devido ao avanço rápido do conflito, os Estados Unidos
da América e a Alemanha também fizeram o mesmo apelo aos seus nacionais e
pediram que estes saíssem da Etiópia o mais rápido possível.
O avanço dos líderes rebeldes abre
uma nova etapa nesta guerra civil que dura já há mais de um ano no país e que,
segundo a ONU, já levou cerca de 400 mil pessoas a uma situação de fome. Esta
guerra separatista já fez milhares de mortos e mais de 2 milhões de deslocados
e está a causar uma crise humanitária severa.
A violência do conflito no Tigray já levou
mesmo a Organização das Nações Unidas a admitir que existem "crimes contra a
humanidade", de que são exemplos ataques contra civis, actos de
tortura, sequestros e violência sexual.
As Nações Unidas têm tido muita
dificuldade em enviar ajuda humanitária para o Tigray e já acusaram o governo
central de bloquear o processo, o que levou Adis Abeba a expular 7 quadros da
ONU que trabalhavam na Etiópia.
O Gabinete de Coordenação dos Assuntos
Humanitários da ONU, popularmente designado por OCHA, também alertou hoje para
o facto de cerca de 8,1 milhões de pessoas precisarem de ajuda
humanitária no norte da Etiópia devido aos confrontos.
De salientar que o TPLF sempre teve uma
preponderância na política etíope, chegando a dominar sucessivos governos, mas
desde que o atual primeiro-ministro Abiy Ahmed assumiu o poder, em 2018,
instalou-se a rivalidade, que culminou num violento conflito armado em Novembro
do ano passado.
Abiy Ahmed, primeiro-ministro da Etiópia e
vencedor do prémio Nobel da Paz, em 2019, já se comprometeu a ir para o campo
de batalha lutar contra os rebeldes da região do Tigray. Este anúncio acontece
após as conquistas mais recentes dos líderes rebeldes.
"Agora é o momento em que o nosso país
necessita de sacrificar-se. A partir de amanhã, estarei no campo de batalha
para liderar as forças de defesa nacional", disse, num comunicado
feito na sua conta de Twitter, incitando os seus compatriotas a juntarem-se à
luta.
Esta declaração voltou a gerar preocupação por parte da comunidade internacional, que teme que o conflito coloque em causa ainda mais a estabilidade da região, bem como dos países vizinhos.ANG/RFI
Sem comentários:
Enviar um comentário