Sudão/Regresso de Primeiro-ministro de transição política depois de acordo
Bissau, 22 Nov 21 (ANG) - O Primeiro-ministro sudanês do período de transição, Abdalla Hamdok, que tinha sido destituído o mês passado por um golpe militar, foi restabelecido na função, após um acordo destinado a revogar a tomada do poder pelo general Abdel Fattah al-Burhan.
Independentemente do acordo, os protestos continuam no Sudão, tendo sido registada a morte de um adolescente.
Numa cerimónia televisada,a partir o
palácio presidencial em Cartum, o general Abdel Fattah al-Buhran, ao lado
de Abdalla Hamdok, anunciou o acordo que restabelece o período de transição
civil no Sudão, interrompido pelo golpe militar de 25 de Outubro de 2021.
O acordo em dez pontos, oficialmente
rubricado durante a cerimónia, ocorre na sequência de negociações que
envolveram os dirigentes sudaneses, as Nações Unidas, assim como
protagonistas africanos e ocidentais. O texto restabelece Abdalla
Hamdok como Primeiro-ministro de transição.
Paralelamente, o documento
prevê a libertação de todos os prisioneiros políticos e a
retoma do processo de transição, de forma a instituir um
regime democrático no Sudão, que tinha sido iniciado após a
destituição de Omar al-Bashir, a 11 de Abril de 2019, por intermédio
de um golpe de Estado militar.
Abdalla Hamdok elogiou , segundo o
ele, "a
revolução popular" que contribuiu para o seu regresso à função de
chefe de governo da transição e afirmou que a sua prioridade será pôr um
termo ao derramamento de sangue no Sudão.
O general al-Buhran agradeceu Hamdok
pela sua contribuição e prometeu que "eleições livres e
transparentes" serão organizadas, no âmbito do processo de
transição político civil, retomado a partir de 21 de Novembro de
2021.
A União Africana, a ONU, a Suécia, bem
como a Arábia Saudita, os Estados Unidos e o Egipto, que tem sólidas
relações com os militares sudaneses, saudaram o acordo de Cartum.
A União Africana
considerou que a retoma do processo de transição sudanês, é um
passo importante para o restabelecimento da ordem constitucional no país
do nordeste de África. ANG/RFI
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