Media/China e Estados Unidos comprometem-se a diminuir restrições sobre jornalistas
Bissau, 17 Nov 21(ANG) – A China e os Estados Unidos concordaram em aliviar as restrições para trabalhadores de órgãos de comunicação social dos dois países, refletindo uma ligeira diminuição das tensões entre os dois lados.
O
jornal oficial chinês em língua inglesa China Daily noticiou que o acordo foi
alcançado antes da cimeira virtual de terça-feira entre o Presidente da China,
Xi Jinping, e o homólogo dos Estados Unidos, Joe Biden.
Ao
abrigo deste este acordo, os EUA vão emitir vistos de entradas múltiplas de um
ano para trabalhadores de órgãos de comunicação social chineses e iniciarão imediatamente
um processo para tratar de questões sobre a “duração das acreditações”, apontou
o China Daily.
A
China vai retribuir ao conceder tratamento igual aos jornalistas dos EUA, assim
que as políticas norte-americanas entrarem em vigor, e ambos os lados vão
emitir vistos para novos candidatos “com base nas leis e regulamentos
relevantes”, acrescentou.
Em
declarações à agência de notícias Associated Press (AP), o Departamento de
Estado norte-americano disse que a China se comprometeu a emitir vistos para um
grupo de jornalistas dos EUA “desde que sejam elegíveis, de acordo com todas as
leis e regulamentos aplicáveis”.
“Também
vamos continuar a emitir vistos para jornalistas [chineses] que são elegíveis,
de acordo com as leis dos EUA”, apontou a mesma fonte, citada pela AP.
A
China também se comprometeu a aumentar o prazo de validade dos vistos dos
jornalistas norte-americanos actualmente a trabalhar no país asiático, dos
atuais 90 dias para um ano.
“Numa
base recíproca, estamos comprometidos em aumentar a validade dos vistos
emitidos para jornalistas da RPC [República Popular da China] para um ano
também”, de acordo com o comunicado do Departamento de Estado.
Ambos
os lados também vão oferecer vistos de entradas múltiplas, indicou.
No
ano passado, os EUA cancelaram 20 vistos emitidos para funcionários de órgãos
oficiais chineses e exigiram aos restantes um registo como agentes
estrangeiros, entre outros regulamentos.
A
China retaliou através da expulsão de jornalistas que trabalhavam para órgãos
norte-americanos e restringiu severamente as condições para aqueles que
continuaram a trabalhar no país.
O
novo acordo surgiu como “resultado de mais de um ano de difíceis negociações
sobre o tratamento dos órgãos de comunicação em ambos os países”, disse o China
Daily.
O
Departamento de Estado disse que permaneceu em consulta com os jornais
afetados, bem como outros órgãos que enfrentam falta de pessoal devido às
decisões do Governo chinês.
“Estamos
gratos por os correspondentes poderem retornar à China para continuarem o
trabalho. Congratulamo-nos com este progresso, mas vemo-lo apenas como um passo
inicial”, apontou, em comunicado.
O
Departamento de Estado acrescentou que vai continuar a trabalhar para expandir
o acesso e melhorar condições para os órgãos norte-americanos e estrangeiros na
China, onde enfrentam obstáculos consideráveis, incluindo interrogatórios pela
polícia, assédio que os impede de trabalharem, ameaças pessoais e ações
judiciais.
“Continuaremos a defender a liberdade de imprensa como um reflexo dos nossos valores democráticos”, afirmou o Departamento de Estado.ANG/Inforpress/Lusa
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