Saúde Pública/Quase metade da população mundial sofre de má nutrição
Bissau, 25 Nov 21 (ANG) - Quase metade da população mundial sofre de má nutrição, com consequências nocivas para a saúde, mas também para o planeta, revela um relatório terça-feira divulgado.
De acordo com o
“Relatório de Nutrição Global” (GNR, sigla em inglês), cujos dados provêm de
organizações como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Organização
Mundial da Saúde (OMS) ou a Organização das Nações Unidas (ONU), 48 por cento
dos humanos comem muito ou muito pouco.
Ao ritmo actual, o
mundo não alcançará oito das nove metas de nutrição estabelecidas pela
Organização Mundial da Saúde para 2025, refere o documento.
Trata-se,
designadamente, de reduzir o emagrecimento das crianças (quando são magras
demais para a sua altura) e os atrasos de crescimento (muito pequenas para a
idade), bem como a obesidade adulta, acrescenta.
O relatório estima
que quase 150 milhões de crianças com menos de cinco anos sofrem de atrasos de
crescimento, mais de 45 milhões são magras demais e quase 40 milhões estão
acima do peso.
Também revela que
mais de 40 por cento dos homens e mulheres (2,2 mil milhões de pessoas) estão
com sobrepeso ou são obesos.
“As mortes
evitáveis, devido a dietas pouco saudáveis, aumentaram 15 por cento desde 2010”
para agora representar “um quarto de todas as mortes de adultos”, disse à
Agência France Presse (AFP) a presidente do grupo de especialistas
independentes do GNR, Renata Micha.
“Os resultados
globais mostram que as nossas dietas não melhoraram nos últimos dez anos e
agora são uma grande ameaça à saúde das pessoas e ao planeta”, acrescentou.
De acordo com o
relatório, as pessoas não estão a consumir as quantidades recomendadas de
alimentos que promovem a saúde, como frutas e vegetais.
Os países mais
pobres são os que apresentam o menor consumo destes alimentos.
Os mais ricos, por
seu lado, consomem a maioria dos alimentos com efeitos prejudiciais à saúde,
como carne vermelha, lacticínios e bebidas açucaradas, e têm as taxas mais
altas de pessoas com sobrepeso.
O Global Nutrition
Report também calculou que a procura global de alimentos gerou cerca de 35 por
cento das emissões de gases de efeito estufa em 2018.
“Alimentos de origem
animal geralmente têm uma pegada ambiental maior por produto do que alimentos
de origem vegetal”, segundo o relatório.
Além de interromper os sistemas de alimentação e saúde, a pandemia de covid-19 empurrou mais 155 milhões de pessoas para a pobreza extrema, acrescenta.ANG/Angop
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