Níger/ Golpistas estreitam laços
com Mali e Burkina Faso
Bissau, 03 Ago 23 (ANG) – Os militares que derrubaram o poder a 26 de Julho no
Níger continuam a reforçar laços com os vizinhos golpistas no Burkina Faso e no
Mali, numa tentativa de fazer frente comum às sanções impostas pela CEDEAO e a
uma possível intervenção militar.
Num discurso
transmitido pela televisão nacional, o general golpista Tchiani criticou veementemente
as sanções económicas decididas esta semana pela CEDEAO, afirmando que a junta
não irá ceder a nenhuma ameaça.
Disse que estas sanções são cínicas e
iníquas. Visam humilhar as forças de segurança nigerinas, o Niger e o seu
povo.
Quarta-feira, o
braço-direito de Tchiani, o general Mody foi recebido pelo líder da junta
militar no Burkina Faso, depois de um encontro com as autoridades golpistas do
Mali. Mody saudou a solidariedade e a cooperação entre os dois países.
“Em coordenação com os nossos irmãos do
Burkina Faso, decidimos realizar certas actividades para lidar com a
situação, para oferecer segurança às nossas populações e aos nossos dois
países”, disse Mody.
Esta quinta-feira 3 de Agosto, milhares de
manifestantes reuniram-se em Niamey, na praça da independência, para mostrar
apoio aos militares golpistas. No mesmo momento em Abuja, na capital da
vizinha Nigéria, os chefes de Estado-Maior da CEDEAO discutem uma possível
intervenção militar.
Numa cimeira
extraordinária, domingo 30 de Julho, a organização deu aos golpistas do Niger
um ultimato que exige o regresso à ordem constitucional até domingo 6 de
Agosto, sob pena de recorrer à força.
Em comunicado, o Mali e o Burkina Faso
avisaram que uma intervenção militar no Niger seria considerada como uma
declaração de guerra contra os seus próprios países.
A operação francesa de repatriamento
decorreu nos dias 2 e 3 de Agosto. Cerca de 1.000 cidadãos franceses e
estrangeiros foram evacuados do Niger, entre os quais 8 cidadãos cabo-verdianos
e 8 portugueses, além de nigerianos, belgas, etíopes e libaneses.
Por enquanto, a evacuação dos soldados
franceses e americanos que participam na luta antijiadista não está
prevista. ANG/RFI
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