Ambiente/Guiné-Bissau apresentou na UNESCO nova candidatura dos Bijagós a Património Mundial
Bissau, 02 Fev 24 (ANG) - O
ministro do Ambiente , Viriato Luís Soares Cassamá, apresentou quarta-feira ,
em Paris, na sede da UNESCO, a
candidatura de uma parte do arquipélago dos Bijagós a Património Mundial.
"Durante estes 10 anos, tendo em conta as questões colocadas pela UNESCO, na qualidade quem avalia e aceita a candidatura a património mundial e cultural, nós tivemos nestes últimos 10 anos a fazer um trabalho de investigação profundo, a capacitação dos nossos quadros técnicos para futura gestão deste património, a implicação da comunidade local nas tomadas de decisão. Com base nas questões colocadas pela UNESCO, refizemos a nossa candidatura que hoje foi aqui entregue. A UNESCO sendo parceira apoiou em larga medida na investigação e formação dos nossos quadros e capacitação técnica de outros atores que vão ser implicados na gestão deste património", declarou o ministro em entrevista à RFI.
Desta vez, das 88 ilhas que compõem este
arquipélago ao largo da Guiné-Bissau, as autoridades decidiram candidatar o
ecossistema aquático de três ilhas: João Vieira e Poilão, Orango e
Urok. O arquipélago como um todo já é uma Reserva da Biosfera da UNESCO,
mas esta qualificação como Património Mundial promete atirar a atenção do Mundo
para esta região.
A candidatura foi entregue quinta-feira de
manhã na sede da UNESCO, no Centro de Património Mundial, em Paris, que
agrupa 1199 locais naturais e culturais no Mundo protegidos por esta
organização internacional.
Caso esta candidatura seja aceite, será o
primeiro local na Guiné-Bissau a receber esta distinção.
Em Paris, o ministro Viriato Cassamá falou
sobre o arquipélago dos Bijagós, mas avançou outras possíveis candidaturas do
país.
"A
Guiné-Bissau é um país muito rico não só em termos de biodiversidade, mas
também em termos de cultura. O nosso Carnaval é típico e muito nosso, porque
não imaginar uma candidatura do nosso Carnaval? Temos a cidade de Cacheu que
era o interposto e ponto de partida de escravos para as Américas, também podem
pensar nessa candidatura. Temos sítios na região de Gabu que era um bastião do
Império do Mali", disse o ministro acompanhado do embaixador da Guiné-Bissau em
França, Henrique Adriano da Silva e da Diretora do Instituto da Biodiversidade
da Guiné-Bissau, Aissa Regala de Barros.
No caso de a candidatura dos Bijagós ser
aceite, esta região pode potenciar o turismo em todo o país, sendo uma
"relíquia" no continente africano.
"O
arquipélago dos Bijagós é uma das relíquias do Mundo. São 88 ilhas e só 21 são
habitadas, temos uma reserva natural que foi preservada ao longo dos tempo pelo
saber fazer das comunidades locais. Temos de ter isso em conta. Com a graduação
desta zona como Património Mundial, com certeza o arquipélago ficará mais
conhecido e vai potenciar a vinda de muitos turistas e desenvolvimento
económico na região", declarou Viriato Cassamá.
Este será um primeiro passo para a promoção
do turismo e desenvolvimento sustentável na Guiné-Bissau, sendo agora preciso
continuar a trabalhar com todos os guineenses para a valorização da sua cultura
e dos seus ecossistemas.
"Se for aprovada a candidatura, o
arquipélago dos Bijagós será o primeiro sítio considerado Património da UNESCO
na Guiné-Bissau. Isso é muito importante e isso demonstra que estamos a pensar
num desenvolvimento equilibrado, não só em termos económicos, mas pensamos na sustentabilidade
disto tudo. Mas precisamos fazer uma promoção a nível nacional já que nem toda
a gente sabe o que significa o Património Mundial nem a deposição da
candidatura, mas precisamos trabalhar na sensibilização em geral e
especialmente da comunidade autóctone da zona", concluiu o
ministro. ANG/RFI
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