Justiça restitui terreno em disputa à família
Dole
Bissau,
14 Abr 17 (ANG) - O Tribunal Regional de Cacheu procedeu quinta-feira a devolução
da posse de terreno sita na localidade de Plong, na secção de Pelundo, que
havia sido ilegalmente ocupado por um grupo de pessoas, aos seus legítimos proprietários,
Bacar Tcherno Dole e família.
Bacar Tcherno Dole |
Há
mais de 4 anos que um grupo de pessoas oriundas da localidade de Augusto
Barros, na mesma região invadiu e ocupou ilegalmente a mata, iniciando de
imediato a exploração desenfreada da
horta de caju e a cultivá-la, com a alegação de terem sido autorizados pelo Régulo
de Pantufa, uma povoação vizinha de Pelundo.
Interpelados
pela família Dole, um número mínimo de intrusos aceitou abandonar o local, enquanto
que os restantes resistiram, apoiando-se na suposta autorização que teriam
recebido do régulo de Pantufa e da senhora Bana Vaz, igualmente residente na
referida tabanca e que afirmava ser herdeira do referido espaço.
Dole confabulando com um dos instrusos |
Um
dos elementos dos que haviam previamente abandonado as terras em litígio, identificado
por Alqueia Imbali, confirmou documentalmente terem cada um deles pago a soma
de apenas 5 mil francos CFA ao régulo de Pantufa que os foi chamar a Augusto
Barros para ocuparem as terras de Plong.
Perante
esta relutância, a família Dole recorreu à justiça, onde viria a se confirmar
que, efectivamente, o terreno em disputa era sua pertença, porque desde 1912,
que o seu bisavô de nome Ndadjaba Dole o teria adquirido do então régulo de
Pelundo em troca de prestação de tributos e vassalagem.
Mata em litigio |
Aliás,
o Régulo de Pelundo, condenou a atitude do régulo de Pantufa e pós em causa a
sua autoridade, uma vez que aquela localidade, segundo explicou, se trata de um
território dentro do seu regulado. "Pantufa é um bairro dentro do regulado
de Pelundo. Isso é facto desde o tempo dos nossos ancestrais", reiterou.
Aladje
Mussa N'jai disse estar contente com a decisão do tribunal e acrescentou
que, se todos trabalhassem como o Juiz encarregue do caso, Mário Ié, se calhar não
haveria muitos conflitos de posse de terra no país.
Regulo de Pelundo |
Em
nome da família, falou Bacar Tcherno Dole que manifestou a sua satisfação pelo
desfecho do caso, uma vez que, como confessou, estava receoso de haver um
conflito directo entre as partes. Exortou aos ocupantes ilegais para, a partir
daquela data, a saírem da sua propriedade, sob pena de serem vítimas de despejo
pela justiça.
Não
foi possível ouvir nem a versão do Régulo de Pantufa e muito menos a senhora Bana
Vaz, porque, por exemplo, apesar de ter sido várias vezes notificada pelo
tribunal para conhecer a sentença e presenciar o acto da restituição de posse,
não compareceu ao acto.
ANG/JAM/SG
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