segunda-feira, 24 de abril de 2017

Fileira de Djafal

             
                  Associações de Pescadores queixam-se de falta de meios

Bissau,24 Abr 17(ANG) – As diferentes Associações de Pescadores da espécie ethmalose(djafal), queixaram-se de parcos meios meios no exercício das suas actividades.

As preocupações foram manifestadas durante os Ateliês de Concertação com Actores da Fileira de Ethmalose(Djafal), realizadas nos sectores de Cacheu, Empada, Cacine e Bissau nos dias 15 à 21 do corrente mês, pela Comissão Sub Regional de Pescas e parceria com o Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas(IBAP) e Centro de Investigação Pesqueira Aplicada(CIPA).

Para o Presidente da Associação dos Pescadores da região de Cacheu, Augusto Djata, as maiores dificuldades com que se deparam têm a ver com a falta de materiais de pesca, tendo exortado as autoridades nacionais e estrangeiras no sentido de lhes apoiar nesse sentido mesmo sendo em termos de créditos para depois amortizar.

“Só assim podemos desenvolver as nossas actividades. A título de exemplo existem enormes diferenças entre um pescador nacional e os da sub-região no que tange aos meios de trabalho”, informou.

Aquele responsável pesqueiro sublinhou que enfrentam ainda o problema da  falta de meios de conservação de peixes, salientando que existem fábrica de gelo instalados naquela localidade graças aos projecto Rias do Sul, mas que no entanto não cobre todas as suas necessidades.

“A evacuação dos nossos produtos para os diferentes mercados,  constituem outros constrangimentos porque não existem viaturas apropriadas para o efeito a não ser os transportes colectivos de passageiros”, lamentou.

Questionado sobre os mercados onde vendem os seus peixes, Augusto Djata respondeu que normalmente alguns levam os produtos para as cidades de Canchungo, Bissau, Bafatá  e Gabú.

O Secretário Executivo da Associação dos Pescadores do sector de Empada afirmou que uma  das carências enfrentadas pelos seus associados tem a ver com a falta de pirogas e redes de pesca.

Lamine Coté salientou que a maioria dos pescadores locais pratica a faina com canoas a remo porque não dispõe de motores que lhes permitem alcançar mais longevidade e conseguir maior captura.

Segundo ele, outras dificuldades com que os seus associados se deparam na actividade pesqueira se devem  a falta de meios de conservação do pescado, acrescentando que em muitas ocasiões os seus produtos deterioram-se devido a falta de condições de conservação.

“O sector de Empada está a necessitar nessa altura de pelo menos um fábrica de gelo para permitir a conservação dos pescados”, recomendou, frisando que os principais mercados de escoamento dos seus peixes são as localidades de Buba, Bafatá, Gabú e Bambadinca.

Lamine Coté disse que as péssimas condições das estradas constituem outros estrangulamentos dos pescadores do sector de Empada bem como a falta de materiais.
“Pedimos, em várias ocasiões, as autoridades competentes a criação de lojas de vendas de materiais de pesca no sector de Empada, podendo a sua aquisição ser feita através de créditos”, recomendou.

Disse que existem actualmente no sector cerca de 100 pescadores de diferentes espécies.
O Presidente da Associação dos Pescadores Artesanais da Guiné-Bissau Augusto Djú, afirmou que o atelier chegou no momento oportuno.

“Até que enfim  se conseguiu fazer um estudo sobre esta espécie de peixe denominado de ethmalose(djafal), que nos últimos tempos está a ser muito procurado para o consumo devido ao seu baixo custo tendo em conta o fraco poder de compra das populações”, salientou.

Aquele responsável disse que de igual modo os próprios pescadores optam por pescar o djafal devidos as dificuldades em encontrar as outras espécies de melhores qualidades para justificar as despesas da faina.

“Isso significa que se menosprezarmos a situação desse espécie, daqui aos próximos tempos vai diminuir a sua quantidade como aconteceu com a espécie denominada de taínha”, informou.

Augusto Djú nos anos 80 nenhum pescador procurava o djafal a não ser a taínha que abundavam as águas do país, salientando que hoje em dia essa espécie está a dominuir em detrimento de djafal.
“Não devemos esquecer que os recursos marinhos estão a diminuir porque os consumidores estão a aumentar e o poder de captura torna-se cada vez fraco devido a falta de meios dos pescadores”, explicou.
Afirmou que, de facto o país ainda possui grandes reservas de espécie djafal, contudo aconselhou que deve existir um plano para a sua gestão durável ou seja instituir períodos específicos para a captura.

“Já iniciamos a sensibilização dos nossos associados de forma a abdicarem da prática de capturar as espécies mais pequenos. Mas a espécie mais grandes vivem nas localidades mais longínguas e que para as capturar os pescadores têm que ultrapassar as zonas dos parques naturais protegidas por lei e que em muitas ocasiões são apreendidos”, informou.
Augusto Djú disse que nessa situação os pescadores são obrigados a fazer as suas actividades de faina nas zonas mais próximos como Tchudinhá, Ilha das Galinhas, Pikil, Caravela entre outros e não conseguem capturar os peixes grandes. 
ANG/ÂC/SG

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