Líder
da UPG diz que o Acordo de Conacri não aponta soluções claras para a saída da
crise
Bissau,30 Out 17(ANG) – O
líder do partido União Patriótica Guineense(UPG), afirmou que o Acordo de
Conacri não aponta soluções muito claras para a saída da actual crise política
que assola o país.
Fernando Vaz em declarações
exclusivas à ANG, disse contudo que a primeira solução que devia contar,
bastante clara e inequívoca, era a nomeação de um primeiro-ministro de
consenso.
“Falou-se em três nomes e o
próprio Acordo não traz qual dos três foi escolhido pelos signatários. Daí ter
gerado logo a chegada à Bissau várias interpretações dos subscritores. O que
não abonou em nada que o Acordo de Conacri fosse um instrumento credível e que
pudesse possibilitar a solução da crise”, explicou.
Fernando Vaz disse que o
Acordo de Conacri falhou ao não indicar de forma clara um nome entre os três
escolhidos para as funções de primeiro-ministro.
“Se não o faz, deixa em
aberto aquilo que era essencial da crise ou seja escolha de um
primeiro-ministro aceite pelas partes. Pelo menos isso não está plasmado no
referido Acordo”, sublinhou.
Segundo o líder da UPG, o
que ouviram dos subscritores do Acordo de Conacri são as trocas de mimos de
quem de facto foi escolhido para ser o chefe do executivo, situação que até
hoje não ficou esclarecida.
“Por isso, a nossa posição é
que o Acordo de Conacri não constitui um instrumento capaz de resolver a
crise”, salientou.
O Presidente da UPG frisou
que é do conhecimento de todos que o Acordo de Conacri tem dez pontos e um dos
quais fala do regresso incondicional dos 15 deputados expulsos do PAIGC.
“O próprio Acordo foi
contraditório neste capítulo porque diz regresso incondicional dos 15 deputados
expulsos do PAIGC observando os estatutos do partido. Se o regresso é
incondicional e logo a seguir diz respeitando os estatutos. Como é
incondicional. Assim é complicado”, considerou.
Fernando Vaz sublinhou que a
saída da actual crise deverá ser encontrada pelos representantes do povo na
Assembleia Nacional Popular.
“Portanto que se abra a
Assembleia Nacional Popular para que a maioria dos deputados que representam o
povo guineense pronuncie qual é o caminho
que quer para o país”, disse, referindo-se que é assim que se funciona nos
países democráticos.
Vaz afirmou que um órgão da
soberania como ANP não pode fazer greve, salientando que aquilo que estamos a assistir
é uma greve de zelo de um órgão da soberania.
“Se existir interpretações
dúbias e que não são coincidentes sobre determinada matéria, a plenária da ANP é quem
deve decidir sobre a matéria não são as partes. Portanto que se convoca a ANP
para que se pronuncie maioritariamente”, revelou.
O político sublinhou que não
é uma Comissão Permanente que vai decidir pela plenária da ANP ou seja um
universo de 102 deputados que representa todo o povo. ANG/ÂC/SG