Internacional Sami declara que não volta à selecção “enquanto certas
pessoas lá estiverem”
Bissau,16 Out 17(ANG) - O internacional guineense
Leocísio Júlio Sami declarou que não
volta a representar a seleção nacional da Guiné-Bissau enquanto certas
pessoas estiverem lá.
A decisão deste internacional guineense de 28 anos
foi tornada pública numa entrevista dada ao Canal Sem Truques, sem indicar as
pessoas a que se refere.
Numa entrevista que durou cerca de uma hora e meia,
Sami falou, entre vários assuntos, sobre
a sua formação como jogador, a sua carreira enquanto sénior e jogador
profissional, e da seleção nacional de
futebol da Guiné-Bissau que aceitou representar numa altura em que muitos
jogadores naturais da Guiné-Bissau abdicaram.
"É uma seleção que
resume muito como é que é a sociedade guineense. É o reflexo da sociedade. Dói
ver que chegou um ponto em que a seleção não é
algo tão verdadeiro. Há ali coisas que nos ultrapassam porque não temos
poderes sobre isso, mas quem é minimamente atento ou quem quer ver, vê
realmente o que passa naquela seleção. É ridículo e é algo que enoja" afirmou Sami.
Referindo-se
ao apuramento ao CAN-2017, disse que há pessoas que no passado a seleção não
lhes interessava e que no mesmo período podiam ter ajudado a seleção,
salientando que a partir do momento que se conquistou algo estas pessoas
apareceram para tirar proveito.
O jogador do Desportivo de Aves da primeira liga
portuguesa foi ainda mais longe ao afirmar que nunca um empresário
pode ser o director da seleção, porque o empresário é quem agenceia os jogadores questionando ainda que um empresário que tem jogadores e é director executivo duma seleção, o que vai fazer?
pode ser o director da seleção, porque o empresário é quem agenceia os jogadores questionando ainda que um empresário que tem jogadores e é director executivo duma seleção, o que vai fazer?
"A seleção é um
sítio onde poderia dar muito rendimento ao país e ao contrário está a dar
prejuízo. Pelo que nos é informado, foi dado uma verba pelo governo e deixa
agora pensar como é que uma identidade como a Federação da Guiné-Bissau ainda é
sustentada pelo governo, ainda não consegue andar pelos próprios pés. Há sempre
verbas que são dadas à selecção mas que nunca dão e nunca batem certo", advertiu o internacional guineense.
Sami ainda afirmou
nesta entrevista que houve alguns momentos na seleção, em que ele,
Ivanildo e o Bocundji tinham que dar a cara para defender os mais novos e por
causa disto alguns acharam que há pessoas que têm algum peso na seleção e
queriam mandar ali e quando estas pessoas tiveram a oportunidade de entrar na
seleção acharam que tinham que abrir guerras com eles e chocaram.
"Eu não tenho nada
mal contra os jogadores que estão lá a jogar. Dou-me super bem e relaciono-me e
falo bem com toda a gente, com todos jogadores. Há muitos que dou conselhos e
ajudo de forma que eu puder e só espero que continuem. Eu, a seleção não vou
voltar”, disse.
Afirmou que vê a seleção
com as pessoas que estão lá actualmente, acrescentando que já consegui o que
foi o seu sonho.
“Foi o meu sonho e sempre
tive o sonho a partir do momento que eu entrei no projecto seleção. Era para
competir numa grande competição e tivemos esta oportunidade. Tivemos tipo o
ouro nas mãos mas não aproveitamos, porquê? Por causa dos interesses. E
correu mal por causa dos interesses”, lamentou.
Disse que quando a pessoa
está ali, vê que desperdiça muito seu tempo e depois acontece estas coisas.
A pessoa não é respeitada, vê-se ali situações que nós e como estou a
dizer, então por mim, por enquanto as pessoas estiverem lá. Amo muito a minha
selecção, amo muito a minha terra mas não vou lá porque um dia vai haver uma
desgraça" afirmou Leocísio Júlio Sami.
ANG/Site “Sou Djurtu”
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