“52 por cento das meninas têm acesso ao primeiro ano de
escolaridade mas só 15 por cento atinge o 12º ano”, diz a UNICEF
Bissau, 13 Out 17
(ANG) – A representante adjunta do Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF),disse esta quinta-feira que um estudo recente aponta que na
Guiné-Bissau apesar dos avanções verificados no sector educativo apenas 52 por
cento das meninas de famílias com economia mais baixa têm acesso ao primeiro
ano de escolaridade e delas, só 15 por cento atingem o décimo segundo ano.
Cristina Brugiolo que
falava na cerimónia de enceramento do
ano lectivo findo e da Abertura do ano lectivo 2017/18, disse que em sentido inverso,93 por
cento dos meninos vindos duma família com economia mais rica e de meio urbano frequentam
o primeiro ano de escolaridade e, destes 78 por cento atinge o nível mais
elevado do ensino.
“Observando este
grande contraste de género no país e esta trajectória descendente de uma
geração de crianças de 6 anos, podemos ver que, no seu percurso escolar, desde
cedo a criança é confrontada com vários obstáculos entre os quais, o começo de
estudos depois dos seis anos, a cobertura escolar insuficiente e incompleta
“,disse.
A responsável informou
que apenas 25 por cento das escolas do ensino básico oferecem os primeiros dois
ciclos de escolaridade completos, ou seja a escolaridade gratuita e obrigatória,
é um processo de ensino-aprendizagem que regista um número limitado de dias
úteis de ensino.
Cristina acrescenta
que o sistema educativo guineense ainda
apresenta inúmeros desafios e precisa mais de apoio coordenado dos seus actores à todos
os níveis.
“Apesar disso, seria
um erro pensar que a solução destes problemas esteja apenas nas mãos do
Governo, dos parceiros como Banco Mundial, Unicef, Unesco, Plan entre outros ,ou
que a solução esteja na tão desejada estabilidade política “, informou.
A solução, segundo ela, deve vir de cada um dos actores fundamentais
da educação que são, os pais e encarregados de educação, alunos e professores.
A representante-adjunta
da Unicef disse que os pais devem sentir
a importância da educação, matriculando os filhos incluindo as meninas na idade
certa que é de seis anos, e que os alunos devem valorizar o grande investimento
dos pais e Governo em assegurar o ensino gratuito e de qualidade e cuidar de
todos os bens postos a disposição.
“Em fim, os
professores aos quais os pais entregam os próprios filhos confiando na sua
obrigação de cuidador e de formador, tem um outro prestigio que é de contribuir
de uma maneira substancial e positiva para o desenvolvimento do capital
humano”, referiu Cristina Brugiolo.
A responsável apelou
aos professores para explorarem todas as opções de diálogo
construtivo e responsável na resolução de qualquer dificuldade que a profissão enfrenta,
de maneira a não privar a esta geração o direito fundamental à educação. ANG/MSC/SG
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