segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Política



                  APU diz que não vai permitir que governo organize eleições

Bissau,16 Out 17(ANG) - O presidente da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU -PDGB), Nuno Nabian, acusou sábado o Presidente e o Governo de «incompetência» e disse que não vai aceitar que o primeiro-ministro organize as próximas eleições.

«Vamos dizer ao Jomav (como é tratado o Presidente no país) que esta intenção (de adiar as eleições e ser o atual Governo a organizá-las) não vai acontecer nunca. Custe o que nos custar isso não vai acontecer nunca», afirmou Nuno Nabian.

O presidente da APU - PDGB ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais de 2014.

As eleições legislativas na Guiné-Bissau estão previstas para 2018 e as presidenciais para 2019.

«Depois de nomear vários governos, o Presidente  acabou por nomear o pior Governo e é este Governo ilegal e inconstitucional que o Presidente quer que organize eleições em 2019 ou 2020», afirmou, em conferência de imprensa, Nuno Nabian.

Acrescentou  que o Presidente guineense «está enganado» e que o atual Governo, liderado por Umaro Sissoco Embaló, «não vai organizar eleições no país e que fique claro para todo o povo» guineense.
 
«Não podemos hipotecar o futuro do nosso país por mais cinco anos com gente incompetente e intriguista e que não ama a Guiné-Bissau. Não vamos aceitar isso nunca», disse.

Questionado pela Lusa sobre essas afirmações, Nuno Nabian disse que já advertiu o Presidente da República que «nenhum partido» vai aceitar as manobras já iniciadas, referindo-se à cartografia eleitoral, cujo processo considera que  tem falta de transparência.

Na conferência de imprensa, Nuno Nabian fez duras críticas ao Presidente José Mário Vaz e ao primeiro-ministro guineense, acusando-os de estarem a vender e a endividar o país, dando como exemplo, a privatização dos portos, a entrega de Bolama a uma empresa, que «ninguém sabe de onde vem».

 «A Guiné-Bissau vai ter problemas», afirmou Nuno Nabian, salientando que um chefe de Estado tem de ser nacionalista, patriota e «alguém que goste do povo».

Nuno Nabian alertou também os dirigentes guineenses que o mundo está atento ao que se passa no paise que o hoje o «país está vulnerável»
e que está  a entrar «dinheiro sujo, droga e, certamente, armas».

«Tudo está a entrar para a Guiné-Bissau», disse.
ANG/Lusa

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