EUA/ Lançado fundo global para defesa de jornalistas alvo de acusações judiciais
Bissau, 05 Nov 21(ANG) – Os Estados Unidos anunciaram quinta-feira o lançamento de um fundo global para defesa de jornalistas, destinado a profissionais da comunicação social alvo de ações judiciais movidas por governantes autocratas ou oligarcas.
O anúncio foi feito pela administradora da agência dos Estados
Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Samantha Power, em
Washington, que defendeu o reforço das democracias, por ocasião do 60.º
aniversário da agência.
“Acontece que autocratas
e oligarcas empregam muitas vezes uma tática brutal, mas eficaz, para matar
histórias (peças jornalísticas) que não lhes agradam – processam jornalistas
até que os repórteres abandonem o assunto ou percam os trabalhos”, afirmou a
administradora da USAID, também ela antiga jornalista.
O fundo global vai
oferecer apoio monetário a jornalistas “para sobreviver a alegações de
difamação” ou para deter políticos nas tentativas de processar repórteres,
disse Samantha Power.
A diplomata considerou
que as ameaças à democracia estão em constante evolução e só podem ser
prevenidas com inovação e renovação do apoio aos jornalistas.
“Democracias
estabelecidas também precisam de ajudar a fixar regras globais para tecnologias
de vigilância ou desinformação digital, ao passo que os autocratas se tornam
mais hábeis nas suas tentativas de controlar e manipular populações”, declarou.
Segundo um relatório da
Organização das Nações Unidas para a Ciência, Cultura e Educação (UNESCO),
divulgado esta semana, 62 jornalistas foram assassinados no ano passado.
Segundo o mesmo
documento, publicado no do Dia Internacional para Acabar com a Impunidade dos
Crimes contra Jornalistas, 02 de novembro, cerca 1.200 jornalistas foram
assassinados no cumprimento do seu dever ascende entre 2006 e 2020, com nove em
cada dez casos a ficarem impunes.
Nos últimos cinco anos,
o maior número de assassinatos de jornalistas, 61 casos, foi registado no
México, país considerado um dos mais perigosos do mundo para a profissão.
Além de defender uma
imprensa livre em todo o mundo para exigir mais transparência dos governos e
dos líderes políticos, Power, antiga representante permanente dos EUA junto da
Organização das Nações Unidas (ONU), entre 2013 e 2017, pediu também mais meios
para combater “o flagelo da corrupção global”, que é um “fomento da
autocracia”.
Samantha Power adiantou
que na Cimeira das Democracias, que se realizará em formato virtual a partir de
Washington, em 09 e 10 de dezembro, a USAID vai lançar diversas iniciativas
para o reforço democrático e combate à corrupção. ANG/Inforpress/Lusa
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