terça-feira, 1 de outubro de 2013

Críticas à governação




CEMGFA adverte que o “país vai mal”

Bissau, 01 Out 13 (ANG) - O Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, o General António Indjai, teceu duras críticas ao Governo de Inclusão pela forma como está a gerir os assuntos da governação do país.

António Indjai que falava segunda-feira perante o Primeiro-Ministro de Transição, Rui Duarte de Barros num encontro com os agentes da Contra Inteligência Militar e de Serviços de Informação de Estado pediu a substituição dos actuais elementos do Comité de Tesouraria do Ministério das Finanças.

“O Comité de Tesouraria não está a fazer nada em termos de criação de condições para pagar salários na função pública. Se continuamos assim, não vamos receber salários durante dois ou mais meses”, revelou o CEMGFA.

O general considera que o Governo de Inclusão não está a fazer nada em termos de criação de condições propícias de governação para o futuro executivo que sairá das eleições.

“Digo-vos francamente que o Governo que sairá das futuras eleições, terá problemas sérios. O país tem potencialidades para captar investimentos externos se os governantes criassem condições para o efeito e se parassem de pedir percentagens nos negócios”, disse. 

Por ser um governo de inclusão, prosseguiu, “os seus membros estão a apoderar-se das receitas do estado em diferentes ministérios, em proveito próprio”, acusou.

Injai afirmou que os membros do Governo andam a pedir 25 por cento dos fundos a investir à diversos empresários que pretendem investir no país, e que essa atitude tem provocado a fuga de investidores.

Indjai afirmou ainda que o país tem dinheiro suficiente para honrar os seus compromissos.

Em relação às recentes declarações do ex. Presidente da República de Cabo-Verde, Pedro Pires segunda as quais as forças armadas da Guiné-Bissau se transformaram em instrumentos de delinquência e tirania, António Indjai acusou o Conselho de Ministros de nada pronunciar sobre o assunto.

“ Cabo-Verde é nosso amigo. O quê que Cabo-Verde pode fazer à Guiné-Bissau para estar a insultar-nos todos os dias sem que haja uma resposta da nossa parte”, criticou o CEMGFA.

Entretanto, em resposta às preocupações dos agentes de Serviços de Informação de Estado, o Primeiro-Ministro reconheceu que nenhum país do mundo pode existir sem essa instituição.

“As preocupações levantadas por vocês, nomeadamente as questões de reajuste de salários, das condições de trabalho e dos elementos que estão em situação de indefinição, sem salários, ou seja um grupo de 53 pessoas com cerca de 20 anos nessa situação, devo dizer que temos a consciência de que nenhum Estado do mundo pode existir sem serviços de segurança”, frisou.

Rui Duarte de Barros disse que os problemas levantados são de muito tempo, e que sente-se obrigada a procurar soluções em função das suas capacidades e meios.

O chefe do governo acrescentou que o maior estrangulamento tem a ver com a falta de uma orgânica, porque cada qual se levanta e nomeia quem quiser nas funções.

Os funcionários públicos ainda não receberam os seus salários de Setembro que eram pagos a 22 de cada mês.

 ANG/ÂC /SG







Sem comentários:

Enviar um comentário