CEMGFA
adverte que o “país vai mal”
Bissau, 01 Out 13 (ANG) - O Chefe de Estado-Maior
General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, o General António Indjai, teceu
duras críticas ao Governo de Inclusão pela forma como está a gerir os assuntos
da governação do país.
António Indjai que falava segunda-feira
perante o Primeiro-Ministro de Transição, Rui Duarte de Barros num encontro com
os agentes da Contra Inteligência Militar e de Serviços de Informação de Estado
pediu a substituição dos actuais elementos do Comité de Tesouraria do
Ministério das Finanças.
“O Comité de Tesouraria não está a fazer nada
em termos de criação de condições para pagar salários na função pública. Se
continuamos assim, não vamos receber salários durante dois ou mais meses”,
revelou o CEMGFA.
O general considera que o Governo de Inclusão
não está a fazer nada em termos de criação de condições propícias de governação
para o futuro executivo que sairá das eleições.
“Digo-vos francamente que o Governo que sairá
das futuras eleições, terá problemas sérios. O país tem potencialidades para
captar investimentos externos se os governantes criassem condições para o
efeito e se parassem de pedir percentagens nos negócios”, disse.
Por ser um governo de inclusão, prosseguiu, “os
seus membros estão a apoderar-se das receitas do estado em diferentes ministérios,
em proveito próprio”, acusou.
Injai afirmou que os membros do Governo andam
a pedir 25 por cento dos fundos a investir à diversos empresários que pretendem
investir no país, e que essa atitude tem provocado a fuga de investidores.
Indjai afirmou ainda que o país tem dinheiro
suficiente para honrar os seus compromissos.
Em relação às recentes declarações do ex.
Presidente da República de Cabo-Verde, Pedro Pires segunda as quais as forças
armadas da Guiné-Bissau se transformaram em instrumentos de delinquência e
tirania, António Indjai acusou o Conselho de Ministros de nada pronunciar sobre
o assunto.
“ Cabo-Verde é nosso amigo. O quê que
Cabo-Verde pode fazer à Guiné-Bissau para estar a insultar-nos todos os dias
sem que haja uma resposta da nossa parte”, criticou o CEMGFA.
Entretanto, em resposta às preocupações dos
agentes de Serviços de Informação de Estado, o Primeiro-Ministro reconheceu que
nenhum país do mundo pode existir sem essa instituição.
“As preocupações levantadas por vocês,
nomeadamente as questões de reajuste de salários, das condições de trabalho e
dos elementos que estão em situação de indefinição, sem salários, ou seja um
grupo de 53 pessoas com cerca de 20 anos nessa situação, devo dizer que temos a
consciência de que nenhum Estado do mundo pode existir sem serviços de
segurança”, frisou.
Rui Duarte de Barros disse que os problemas
levantados são de muito tempo, e que sente-se obrigada a procurar soluções em
função das suas capacidades e meios.
O chefe do governo acrescentou que o maior
estrangulamento tem a ver com a falta de uma orgânica, porque cada qual se levanta
e nomeia quem quiser nas funções.
Os funcionários públicos ainda não receberam
os seus salários de Setembro que eram pagos a 22 de cada mês.
ANG/ÂC
/SG
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