Primeiro-ministro prevê crescimento económico de sete por
cento até fim de mandato
Bissau, 06 Jul 15 (ANG)-O
Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira
disse no passado fim-de-semana em
Bissau que o crescimento económico pode atingir os sete por cento até ao fim do
mandato do governo, em 2018.
Simões Pereira que
fazia o balanço de um ano de governação , numa conferência organizada pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) , afirmou que no início das
funções do executivo, em junho de 2014, o país tinha uma taxa de crescimento de
0,8 por cento e que fecharam o mesmo ano
com 2,7 por cento.
Acrescentou que o governo conta terminar o ano económico 2015 com um crescimento de cinco por cento.
No seu relatório síntese sobre
os 12 meses de governação, o chefe do executivo guineense começou por
contextualizar o programa do governo, e sublinhou
que o mesmo está projectado para três etapas
de governação, a saber: a da emergência, para cumprir entre seis e doze meses,
da contingência que chama de intercalar e complementar, para esclarecer
nomeadamente, “todos os contratos que envolviam o Estado, para que o cidadão
comum tenha informações que lhes permita medir a transparência da gestão
pública.
A última etapa é a de
desenvolvimento, através da materialização do Plano Estratégico e Operacional
que espelha as grandes linhas de governação até 2025.
Assim, no que tange as realizações durante estes dozes meses
de governação, o PM informou que a nível do Ministério da Presidência do
Conselho de Ministros, se criou, entre outros, o Portal do governo, para
que qualquer pessoa pudesse encontrar o Plano estratégico e operacional e
a inventariação geral do património do Estado.
Disse
tratar-se de um ano muito difícil e de muito trabalho” e destacou no sector dos Negócios estrangeiros,
Cooperação Internacional e das Comunidades, a elaboração de um Plano de Reforma das
embaixadas e postos consulares do país no estrangeiro, em termo de concepção e de instalação física, no
âmbito do qual se elegeu como locais estrategicos, o Senegal, Portugal e Bélgica,
que acolhe a sede da União Europeia, um dos principais parceiros de
desenvolvimento da Guiné-Bissau.
Promete que a partir do Setembro deste ano estas
representações estarão a altura de representar os guineenses com “dignidade”.
Falou também do relançamento da cooperação entre o país e os
seus parceiros bi e multelaterais e da retoma das relações com os tradicionais
parceiros, afectadas pelo golpe de estado de 2012.
No que se refere a Administração Interna, Simões Pereira destacou
a Elaboração do Plano Director da Administração territorial .
A nível do recursos naturais, disse que foram levadas a cabo,
a construção e reabilitação de redes de acesso à àgua em Catió (sul) e
Farim(norte),o relançamento da empresa pública de Água, ENAFUR, fruto duma
parceria público-privada com uma empresa brasileira, e que deverá permitir até Dezembro deste ano as oito regiões
administrativas do país terem o abastecimento
regular em água potável e energia electrica.
Acrescentou que o país
já dispõe de um Laboratório de controlo
de qualidade alimentar.
No sector da Defesa assegurou que , tanto no plano legal,
como em relação a sensibilização, o executivo
conclui todo o processo para a desmobilização de 500 militares.
No que tange ao Ministério da Economia e Finanças, destacou a
centralização das receitas públicas, a bancarização dos salários dos
funcionários públicos e a criação duma conta única no tesouro.
Na área de infraestruturas, mereceram destaque a reabilitação de certos troços da capital devendo
alguns serem concluídos “logo depois das
cuvas” .
As referidas obras segundo disse foram financiadas pelo Banco
Oeste Africano para o Desenvolvimento(BOAD).
Na área da saúde, destacou a melhoria do acesso a saúde,
através da criação do serviço nacional de emergência médica e disse esperar
que, nos próximos dias, o país venha a ter um parque de ambulância de saúde
para atender as solicitações à distância.
A instituição de assistência médica gratuita às crianças e
mulheres grávidas, a criação duma unidade de prevenção contra o vírus ébola que assola alguns países de África
de Oeste são outras acçöes descritas pelo chefe do governo.
No campo educativo afirmou que durante estes doze meses a
qualidade do ensino melhorou nomeadamente, com a distribuição gratuita de
livros aos alunos do ensino básico, e a construção salas de aulas em Bissau e nas regiões.
No domínio da agricultura ganharam o destaque a recuperação de 6.500 hectáres de terra para distribuir
a três mil famílias e a distribuição de sementes e materiais de produção aos
agricultores.
A criação de um fundo
social de apoio as pessoas vulneráveis, e o recenseamento das pessoas com
deficiências, o fornecimento regular de
energia eléctrica e água à cidade de Bissau, a instalação de postos para
energia solar em 28 localidades do pais, inauguração de uma fábrica de transformação de
mangas que deverá empregar 500 pessoas foram igualmente destacadas no discurso
de balanco anual do executivo.
Na justiça falou da materialização do chamado “Estados gerais
da Justiça”, com vista a levar a cabo reformas no sector, com apoio do PNUD, no
sector dos transportes, da formalização
duma companhia aérea de bandeira nacional, graças a parceria com Portugal, e do
o processo de conexão ao cabo submarino para melhorar os serviços de internet.
A nível do ambiente informou que o país já dispõe de pacote
de leis da governança ambiental. Disse que já esta instalado no pais o sistema
de controlo de fiscalização marítima via satélite e a cobertura a nível de todo
território pelas emissões da rádio pública.
PM diz que o cumprimento do programa do governo, associada a
realização da mesa redonda em março último, permitiu ao país resgatar a sua
imagem externa e “rever” em alta os
objectivos do executivo.
Confiante no futuro do país, o PM assegurou que os “próximos
tempos são da Guiné-Bissau”, em termos de desenvolvimento, podendo, segundo as suas palavras, o país ultrapassar as metas pré-fixadas.
Para isso, alerta que
é essencial a “coesão e unidade nacional” com vista ao desenvolvimento da Guiné-Bissau.
Nesta conferência organizada pelo INEP, para além
dos membros do governo e académicos de vários sectores, estiveram presentes o
Chefe do escritório das Nações Unidas para Consolidação da Paz no país e o Representante
da União Europeia na Guiné-Bissau.
ANG/QC/SG
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