Autores de soluções inovadores para malária e VIH-SIDA recebem um total de 150 mil dólares americanos
Bissau, 27 Jun 16 (ANG) – O médico beninense, Valentin Agon foi o grande vencedor do Prémio de Inovação para a África (AIF) 2016, ficando em segundo lugar Imogen Wright da África do Sul e o Eddy Agbo, médico nigeriano, em terceiro lugar.
Concorreram para o premido de 150.000 dólares americanos num total de 985 candidatos dos quais dez foram selecionados para a escolha dos três vencedores.
A doença, especialmente em África, é uma causa evitável de pobreza, mas continua a ser um problema premente no continente. Um relatório do Banco Mundial de 2015 afirma que uma percentagem esmagadora de 99% das pessoas que morrem de SIDA, malária e tuberculose (TB) vivem em países em vias de desenvolvimento. O epicentro da epidemia do HIV e da SIDA é na África Subsaariana, lar de 70% de todas as novas infecções por HIV. A malária mata cerca de 660.000 pessoas todos os anos, tendo um impacto negativo nas economias e famílias africanas.
Os economistas acreditam que a malária é responsável por uma penalidade no crescimento de até 1,3% em alguns países africanos, dificultando o crescimento económico na região.
A AIF, em parceria com o Governo do Botsuana (GoB), representado pelo Ministério das Infra-estruturas, Ciência e Tecnologia (MIST) e do Botswana Innovation Hub (BIH) apresentam o IPA 2016 sob o tema "Made in Africa". O Presidente tenente-general Seretse Khama Ian Khama, do Botsuana presidiu à cerimónia de entrega dos prestigiados prémios, realizada no Centro Internacional de Conferências de Gaborone (CCIG) na metrópole da capital.
"O IPA marca conquistas históricas desde a sua concepção em 2011," referiu Jean Claude Bastos de Morais, membro fundador do Conselho de Administração da AIF. "Além de uma vasta base de dados com mais de 6000 inovadores para partilha e troca de informação acrescida e um investimento financeiro de 1 milhão de dólares americanos, temos a aprovação da Comissão Económica das Nações Unidas para a África (UNECA) para apoiar estratégias de inovação que impulsionem o desenvolvimento nacional.
"Acrescentou ainda: "Estamos orgulhosos da impressionante resposta que temos recebido para a competição até ao momento e felicitamos todos os 10 nomeados e os vencedores."
Os vencedores do IPA deste ano manifestaram ter conhecimentos e experiência, impulsionando novas incursões para encarar o peso da doença relacionado com a malária e o HIV, com que a África se confronta. As inovações vencedoras deste ano impressionaram o painel de juízes, liderado por Amolo Ng’Weno: "Os padrões são muito elevados e foi difícil tomar uma decisão; todos são vencedores e todos abordaram assuntos de máxima importância. Congratulo os vencedores e aguardo com expectativa pelos próximos cinco anos do IPA".
O Dr. Valentin Agon do Benim foi o vencedor unânime do Grande Prémio de 100.000 dólares americanos, pela sua inovação Api-Palu, um medicamento anti-malária que alcançou o mercado não só no Benim, como também no Burquina Faso, Chade e República Central Africana (RCA). Feito de extratos naturais de plantas, o APi-Palu é significativamente mais barato do que os actuais medicamentos anti-malária no mercado; tem efeitos inibitórios significativos nas cadeias 3D7 do plasmodium falciparum, o agente causador da malária.
Imogen Wright da África do Sul foi galardoada com o Segundo Prémio de 25.000 dólares americanos pelo Exatype, uma solução de software que permite aos trabalhadores nos cuidados de saúde determinar a resposta de pacientes HIV positivos ao tratamento com ARV. Até agora, as respostas nacionais focaram-se no acesso do tratamento para todos. No entanto, um número crescente de pessoas em tratamento ARV são resistentes a regimes de medicamentos, levando à falha da terapia, exacerbando o fardo do HIV / SIDA no continente. O Exotype processa dados altamente complexos produzidos por avançada sequenciação de ADN de "próxima geração", do ADN de HIV no sangue de um paciente. Através de um simples relatório detecta as drogas que são resistentes ao paciente, em seguida, destaca a necessidade de as evitar para garantir o sucesso do tratamento.
O Prémio de Impacto Social de 25.000 dólares americanos foi atribuído ao Dr. Eddy Agbo da Nigéria pelo seu Teste de Urina para a Malária (UMT), um dispositivo médico de diagnóstico não-sanguíneo rápido, que pode diagnosticar a malária em menos de 25 minutos. Mais frequentemente do que o inverso, quando é detectada febre, é administrada medicação contra a malária. No entanto, nem toda a febre é devida à malária. Além disso, a incapacidade de diagnosticar rapidamente e começar o tratamento da malária pode levar a várias complicações, incluindo insuficiência renal, acumulação de líquido pulmonar, anemia aplástica e até mesmo à morte.
O UMT detecta proteínas do parasita da malária na urina do paciente com febre devido à malária; é simples e de custo acessível e um instrumento potencial e decisivo na gestão da malária em África.
"Todos os envolvidos no desenvolvimento das fronteiras da inovação, ciência e tecnologia são vencedores e, em nome do Governo do Botsuana, gostaríamos de felicitar todos os que participaram no IPA 2016. No entanto, neste conjunto de empreendedores, há os que se destacam de todos os outros e nós aplaudimos os vencedores do IPA 2016. Regozijamo-nos com o excelente resultado e acreditamos que inspire inovadores no Botsuana e por todo o continente de modo a fazerem mais e melhor, encontrando soluções para os desafios de África", refere Alan Boshwaen, CEO do BIH.
Os 10 nomeados do IPA deste ano apresentaram inovações de diversos países de África, reflectindo o verdadeiro sentido pan-africano da iniciativa IPA. A engenhosidade africana propõe soluções na agricultura, desenvolvimento de software tecnológico, iniciativas energéticas e iniciativas revolucionárias nos cuidados de saúde.
A AIF, a força motora da iniciativa IPA também apresentou com êxito o Conector de Ecossistema de Inovação (Innovation Ecosystems Connector) no novo Edifício Icon do BIH, tendo oferecido workshops personalizados e óptimas oportunidades de networking entre os inovadores e os facilitadores da inovação. Uma aldeia de inovação que apresentou uma variedade de exibições do Botsuana e do resto da África, com espaços de criação, moda e comida africana. A Cerimónia dos Prémios IPA 2016 foi apresentada por Nozipho Mbanjwa, da CNBC.
Os Freshly Ground da África do Sul proporcionaram um entretenimento espectacular, enquanto mais de 400 personalidades nos variados domínios, entre os quais líderes políticos celebraram cinco anos de "Made in Africa", vestindo as cores de África.
ANG/ APO (African Press Organization)
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